Manutenção: gaxeta em dia é fundamental para refrigerador funcionar bem

No início da carreira, muitos de nós certamente passaram um tempão examinando de tudo no refrigerador, cujo cliente reclamava não estar gelando direito.  Ele falou mal até da marca, suspeitando ser o aparelho, relativamente novo, o responsável pelo aumento brusco da conta de luz.

Mas como? – deve ter pensado o colega –, já que verificou cada item do equipamento que poderia estar gerando os problemas descritos pelo cliente. Pois bem, coisas assim acontecem frequentemente até mesmo com profissionais experientes, devido ao eventual esquecimento de checar a situação da borracha que emoldura a porta do refrigerador.

Convenhamos, de pouco adianta estar tudo perfeito lá dentro, se ar de monte invade a geladeira enquanto permanece fechada. Esta má vedação reduz a capacidade de refrigeração do equipamento, além de forçá-lo a demandar mais potência do compressor, que passa a consumir mais energia elétrica. Isto é, além daquela cervejinha não tão gelada, os produtos mais perecíveis passam a durar bem menos.

Como saber se chegou a hora de trocar a borracha da geladeira

Todo usuário de refrigerador doméstico sabe que o aparelho liga e desliga várias vezes ao longo do dia, uma vez que o compressor – que muito consumidor ainda chama de motor da geladeira – funciona no ritmo em que seu trabalho é exigido, em função da quantidade de itens armazenados, organização das prateleiras, e ainda, do famoso abre e fecha da porta. Se estas operações de liga-desliga tornam-se claramente mais frequentes, a vilã pode muito bem ser a gaxeta.

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Outro tira-teima ao alcance do próprio cliente, assim como de nós mesmos, ao sermos acionados, é o famoso “teste do papel”. Ele consiste, simplesmente, no fechamento da porta com uma folha na gaxeta, de tal forma que fique uma parte do papel no interior e a outra do lado de fora do aparelho. Se o papel sair sem qualquer resistência e, ainda por cima, estiver molhado, a borracha já deu o que tinha que dar, restando apenas trocá-la.

Cuidados na instalação da gaxeta da geladeira

Para essa história toda terminar bem, o primeiro a fazer, obviamente, é chegar à casa do cliente com a gaxeta adequada. Essa informação pode ser obtida diretamente com a rede de assistência técnica do fabricante, caso se trate de um modelo mais novo, ainda com pouca história de manutenção. Depois da compra, é importante que a borracha não esteja dobrada, o que torna recomendável aguardar pelo menos um dia antes de instalá-la.

Pronto, chegou a hora de fazer a substituição. Enquanto estiver retirando a borracha antiga e soltando os parafusos que às vezes a prendem, mantenha a nova mergulhada em água quente, considerando que essa simples providência torna a gaxeta maleável e, consequentemente, mais fácil de encaixar. A instalação deve começar pelas quinas e ser feita sempre de cima para baixo, com os eventuais parafusos existentes (muitos modelos requerem apenas encaixe) sendo recolocados quando a vedação nova estiver certinha, no lugar.

Por fim, o negócio é fazer aqueles testes que a gente conhece: abrir e fechar para ver se não está pegando em alguma parte e também a eliminação de possíveis folgas e deformidades. Neste segundo caso, o problema pode ser resolvido com a utilização de vaselina, água quente e até mesmo um secador de cabelo no modo aquecimento, tudo isso para amolecer a gaxeta e permitir que ela se encaixe com perfeição.

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Refrigeração comercial: entenda como identificar defeitos e reparar os pressostatos

Responsável por manter a pressão dentro dos níveis considerados satisfatórios para o bom funcionamento de um sistema de frio, os pressostatos têm uma importante função, sobretudo nos equipamentos instalados em bares, padarias, supermercados e outros comércios. Hoje vamos recordar o conceito, identificação de defeitos e a reposição deste importante dispositivo. 

Primeiramente, não custa relembrar que, no ciclo de refrigeração básico, o bom funcionamento de tudo depende da correta divisão da pressão. O compressor tem como principal função movimentar o fluido refrigerante por todo o circuito frigorífico, aumentando a pressão desse fluido para que o calor possa ser dissipado no condensador. Cumprir tal tarefa requer que o equipamento esteja com uma temperatura acima da externa. 

Já no evaporador ocorre o contrário: o fluido refrigerante necessita estar com uma temperatura mais baixa. “O compressor succiona, comprime e descarrega o fluido refrigerante, elevando sua pressão. Enquanto isso, o condensador troca calor com a finalidade de dissipá-lo e o dispositivo de expansão realiza uma queda brusca da pressão”, ensina Alberto Paes, professor da área de refrigeração do SENAI. Ele lembra ainda que o evaporador também troca calor com a finalidade de absorvê-lo, cabendo ao fluido refrigerante transportar todo este ar quente.  

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Pressostato em ação

Dispositivo eletromecânico, o pressostato desliga o compressor quando as pressões ficam fora da faixa ideal. Também é responsável por preservar a segurança do conjunto, ao controlar capacidade, degelo, recolhimento de fluido (pump down) e, ainda, a condensação.

Conforme Paes observa, são utilizados na refrigeração, sobretudo a comercial, pressostatos de alta e de baixa pressão, tipo fixo (cartucho, “cebolinha”, mini pressostato) ou ajustável (regulável). “Os pressostatos fixos são fabricados com valores de pressão para ligar e desligar o compressor já pré-determinado, isto é, as pressões de atuação para desarme e rearme já vêm estabelecidos no dispositivo sem a possibilidade de alterações”, complementa o professor. 

E os ajustáveis? Bem, segundo Alberto Paes, eles vêm com regulagem de setup para as pressões de desarme e rearme.  “Mas ambos trabalham, basicamente, com o mesmo mecanismo, onde a movimentação do diafragma varia conforme a pressão, fazendo com que contatos elétricos sejam acionados para o desligamento ou acionamento do compressor e do ventilador”, acentua.

Manutenção de pressostatos

Os pressostatos são instalados no sistema frigorífico nas linhas de sucção (baixa pressão) e descarga (alta pressão). Para verificar seu funcionamento, podemos simular um aumento ou redução da pressão.

Com a utilização de um multímetro na escala de continuidade, o refrigerista consegue medir os contatos para verificar a abertura e o fechamento desses componentes. Os pressostatos fixos são dispositivos herméticos.  Sendo assim, uma vez constatado defeito, deve-se  substituí-lo. 

Caso seja rosqueável, sua troca fica mais simples, mas nos modelos soldados, requer recolhimento do fluido refrigerante. Já os modelos com regulagem têm peças como molas, parafusos e contatos, mas os fabricantes não fornecem peças para essa reposição, que muitas vezes também demanda substituição do fluido. Na refrigeração comercial (balcões, câmaras, racks), dependendo do modelo do compressor, esse dispositivo pode ser instalado em válvulas com registro para facilitar a substituição. 

E vale lembrar: não podemos esquecer dos pressostatos de óleo aplicados a compressores que têm lubrificação forçada em suas partes mecânicas, onde manter a pressão sob controle também faz toda a diferença. 

E aí, reciclou seu conhecimento sobre pressostatos? Esse componente dos circuitos de frio merece mesmo a máxima atenção.

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Saiba a importância da flecha de ar do evaporador em câmaras frigoríficas

É fato: as câmaras frias são equipamentos essenciais para o armazenamento e conservação de diversos produtos com temperatura e umidade controladas, tais como alimentos, fármacos, flores, entre outros. Para a câmara frigorífica desenvolver bem o seu trabalho, é fundamental que seja bem desenvolvida. Uma das partes mais importantes é observar a flecha de ar do evaporador.

A câmara fria deve ter um tamanho suficiente para suportar toda a mercadoria, com espaço suficiente para a circulação do ar entre os produtos. A seleção dos equipamentos (unidade evaporadora, unidade condensadora e componentes) deve seguir todo o cálculo de carga térmica para o produto.

Algo muito importante no momento da escolha do evaporador é a quantidade de calor absorvido, vazão de ar e por último, mas não menos importante, a flecha de ar. E pra nos esclarecer sobre o assunto, conversamos com Alberto Paes, professor do SENAI.

Entenda a importância da flecha de ar nos evaporadores:

Afinal, o que é a flecha de ar em uma câmara fria?

Flecha de ar é a distância que o ar alcança com velocidade estabelecida para circulação pelo interior da câmara, a fim de manter a temperatura homogênea por todo o ambiente. A velocidade do ar que sai do evaporador perde força conforme ele se afasta do ponto inicial. Quanto maior a velocidade de saída, maior será a distância alcançada pelo ar. E, quanto mais “limpo” e direcionado for o fluxo de ar, menor será a resistência a ele e maior o alcance.

Esses aspectos podem ser aprimorados não apenas com o correto planejamento, mas também com o auxílio de equipamentos. A correta distribuição do ar frio pelos evaporadores garante uma manutenção homogênea da temperatura interna.

“Quando a flecha de ar é insuficiente ao projetado para a câmara, será problema na certa. Os pontos mais distantes terão temperatura superior aos pontos onde a flecha de ar atinge”, explica o professor. Paes faz uma alerta: “Temos que ter muita atenção com a flecha de ar, pois ela influencia diretamente no número de trocas de ar no interior da câmara”. 

Vale a pena lembrar que o número de trocas que têm relação direta com a desidratação e apodrecimento dos alimentos. Os fabricantes de evaporadores fornecem, em seus catálogos, os dados técnicos para melhor atender o projeto da câmara fria, incluindo o número de trocas mínimo e máximo para o acondicionamento correto dos produtos.

Referência: Apostila Técnica Elgin

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Máquina de lavar: aprenda a fazer a manutenção e a troca de rolamento e retentor

Se a máquina de lavar está fazendo barulho, pode ser um sinal de que algo errado está acontecendo com os rolamentos e retentores, peças fundamentais da lavadora. A correta utilização e montagem dessas peças poderá garantir o perfeito funcionamento do aparelho e a sua vida útil.

Por causa da importância dessas peças para a lavadora, é necessário prestar atenção na hora que elas precisam ser trocadas. Saiba mais neste artigo do Blog do Seu Paschoal:

O que é um retentor de máquina de lavar e como trocar?

O retentor é uma peça circular de borracha, que possui um reforço metálico. É através dela que é possível realizar a vedação de óleos, graxas e fluídos dentro de um sistema de movimentos rotativos, ou ainda axiais. 

De acordo com Arnoldo Beskow, técnico em refrigeração, ar-condicionado e eletrotécnica, a escolha do material elastomérico para cada função a cumprir depende principalmente dos fluídos em contato com o elastômero. Existe uma sequência que pode ser utilizada para escolher de forma correta o composto do retentor. “Os retentores devem ser utilizados conforme projeto do fabricante da máquina de lavar roupas” afirma o idealizador do site Arnoldo Cursos.

Para realizar a troca, Arnoldo aconselha: “é necessário verificar no tubo ou eixo onde esse retentor vai trabalhar, se existem marcas de desgaste. Se houver, substitua o eixo ou o tubo desgastado. Ao montar o retentor, cuide para não danificá-lo e passe uma camada de lubrificante no eixo ou tubo onde o mesmo vai trabalhar.”

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Saiba como substituir os rolamentos de uma lavadora

No caso dos rolamentos, para que possam operar de maneira confiável, evitando o contato direto de metal com metal entre os corpos rolantes, eles devem estar sempre bem lubrificados. A escolha do lubrificante e do método de lubrificação mais adequados para cada aplicação de rolamentos é fundamental para o bom funcionamento das máquinas.

“O fabricante da máquina de lavar roupas determina no seu projeto o tipo, tamanho e 

vedação que deve ter o rolamento. É importante ressaltar a importância de sempre usar o rolamento recomendado” explica o técnico. 

Por exemplo:

O rolamento pode ser sem vedação ou então ter as seguintes vedações:

  • Vedação ZZ = para pó e poeira
  • Vedação 2RS = para pó, poeira, líquido e umidade.

Portanto, Arnoldo faz a recomendação: “ao retirarmos o rolamento, geralmente temos que bater no seu anel interno, isso vai fazer com que ele se danifique e perca sua vida útil. Por isso, devemos sempre substituí-lo. E quando colocarmos o novo, devemos ter uma ferramenta que apoie no seu anel externo somente para não danificá-lo.”

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Saiba como fazer a troca de um compressor com inversor de frequência

O compressor de refrigeração é como o coração humano, bombeia o fluido refrigerante por todo sistema de refrigeração de acordo com o seu RPM (rotação por minuto) e deslocamento volumétrico por revolução (cc/rev). Fazendo essa analogia, o mesmo cuidado que temos com o coração humano para um transplante, devemos ter cuidado na troca de um compressor, ainda mais se tratando de compressores com inversor de frequência.

Mecanicamente falando, as mesmas boas práticas de refrigeração adotadas para qualquer compressor – seja ele alternativo, rotativo ou scroll – devem também ser adotadas para um compressor com inversor de frequência, também conhecido como VCC (Variable Capacity Compressor). Para nos explicar como realizar esse procedimento, falamos mais uma vez com o nosso colega Anderson Oliveira, professor e fundador do canal INTAC:

Compressor com inversor de frequência: opte pelo original

“É sempre recomendado que os componentes elétricos, placas eletrônicas, módulos sejam sempre originais e, se possível, da mesma marca e principalmente do mesmo valor de tensão e corrente elétrica” esclarece Anderson. “Dessa forma, evita-se qualquer desvio de funcionamento do compressor novo, em relação ao componente eletroeletrônico do compressor avariado”, acrescenta. 

Lembre-se: os processos de recolhimento de fluido, pressurização, substituição do filtro secador, brasagem com presença de nitrogênio seco e testes de estanqueidade de acordo com os valores recomendados pelo fabricante devem ser seguidos à risca. 

O professor ainda faz um alerta: “qualquer desvio de procedimento de substituição do compressor pode proporcionar perda de rendimento ou até mesmo avarias no compressor, mesmo sendo novo”.

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Referência cruzada de compressores: é possível substituir modelos antigos?

E o inversor?

O inversor é o componente eletroeletrônico que faz as variações de RPM e, consequentemente, cc/rev de acordo com as variáveis de temperaturas enviadas pelos sensores (geralmente NTC/PTC), conhecidas também como entradas analógicas. E se a proposta do compressor com inversor é modular sua capacidade de acordo com as variáveis de temperatura, não há como ele funcionar sem este componente

Na substituição do compressor com inversor, Oliveira afirma “não é aconselhável que se faça o que conhecemos como ‘partida direta’, ou seja, ignorar o inversor (módulo) e energizar o compressor diretamente na rede. Esse procedimento não é 

recomendado pelo fabricante e pode sim ocasionar a sua queima”. Lembre-se que todos os compressores passam por setores de qualidade na linha de produção, onde são feitos todos os testes de acordo com normas nacionais e internacionais.

É preciso substituir o inversor (módulo)?

Se a rede elétrica do seu cliente estiver muito bem dimensionada, de acordo com a NBR5410, sem nenhum tipo de interferência com relação à parte eletrônica do sistema, é muito provável que o inversor (módulo) do compressor avariado esteja funcionando bem e provavelmente não será necessária sua troca. No entanto, é importante deixarmos claro que o fabricante do produto é quem tem um know-how para confirmar se há ou não a necessidade de fazer a troca do mesmo.

Por fim, Oliveira aconselha: “sempre utilize uma bomba de vácuo com o óleo em dia, vacuômetro e uma balança de precisão. A parte mecânica é tão predominante quanto os cuidados com os componentes eletroeletrônico”.

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Referência cruzada de compressores: é possível substituir modelos antigos?

O compressor é tão importante para a refrigeração que podemos até denomina-lo como “coração” do sistema. O problema é que, uma hora ou outra, será necessário substituir essa peça. Mas, dependendo da vida útil do seu aparelho, pode ser que o modelo do compressor original tenha sido descontinuado, ou seja, não é mais fabricado. E agora, o que fazer?

Seja para reduzir seus custos de produção ou aprimorar a eficiência energética dos seus compressores, é comum que alguns modelos ultrapassados deixem de ser produzidos. No entanto, isso não necessariamente será um problema para o técnico de refrigeração, que poderá substituir modelos antigos por compressores mais atuais. 

Mas todo cuidado deve ser tomado na hora de fazer a mudança, e para ajudar nesse procedimento, separamos alguns pontos que devem ser observados: 

1- Temperatura de evaporação

É importante que o compressor que vai substituir o antigo modelo tenha a mesma faixa de temperatura de evaporação para não comprometer o funcionamento. Em algumas ocasiões, é possível conseguir essa informação no compressor a ser substituído. Caso seu modelo não forneça essas informações, é possível obtê-la do sistema de refrigeração:

  • geladeiras e freezers estão sempre na faixa de baixa temperatura de evaporação (LBP);
  • expositores de bebidas, por exemplo, normalmente estão na faixa de média temperatura de evaporação (MBP).

Na prática, os fabricantes têm tabelas classificando os compressores por temperatura de evaporação e os tipos de equipamentos/ sistemas associados.

2- Fluido refrigerante

A recomendação  é manter o fluido refrigerante utilizado pelo compressor antigo. Contudo, hoje em dia, devido ao Protocolo de Montreal, fluidos como o R12 não são mais fabricados, sendo necessário substituir todo o fluido do sistema.

Caso haja necessidade de substituir o fluido, é recomendado uma limpeza rigorosa do sistema. Além de retirá-lo, é preciso também remover o óleo lubrificante.

3- Tensão e frequência

É importante lembrar que o compressor deve ter a mesma tensão e frequência do anterior, o que pode atrapalhar muitos refrigeristas. 

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4- Torque de partida

Compressores podem ter baixo ou alto torque de partida e não dá para usar um no lugar do outro. É preciso verificar tal informação antes de prosseguir com a substituição.

Caso esta informação não esteja disponível, o próprio aparelho dará a indicação de qual tipo de torque é necessário do compressor. O tubo capilar exige compressor com baixo ou alto torque de partida; a válvula de expansão exige compressor com alto torque de partida.

5 – Capacidade do sistema de refrigeração

O compressor novo deve ser compatível com a carga térmica do sistema. Pode-se aceitar uma variação de até 10% a mais ou a menos do que a carga, mas não mais do que isso.

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Essencial para manter o fluxo de massa do fluido no sistema de refrigeração, qualquer problema com esse componente pode trazer eventuais dores de cabeça. E ninguém quer ter problemas com o aparelho, não é? Com essas dicas, você será capaz de dominar o assunto. Mãos à obra. 

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Acerte na escolha: descubra como identificar o capacitor adequado para o ar-condicionado

Responsável por corrigir o fator de potência para manter o compressor em uma rotação favorável para o seu bom funcionamento, o capacitor é peça indispensável no aparelho de ar-condicionado. Capacitor danificado é dor de cabeça na certa, pois, nestes casos, o ar-condicionado quase sempre apresenta problemas para ligar e desligar, gerando assim o risco de danificar várias outras peças.

Leia também: Saiba por que usar condensadora e evaporadora de marcas diferentes em seu aparelho pode ser uma má ideia

Como identificar o capacitor certo para o ar-condicionado?

Consultamos o instrutor Rafael Ferreira, da Samacursos, para entender mais sobre o assunto. “Antes de tudo, não podemos esquecer que existem dois tipos de capacitores no nosso segmento. Um deles é o de partida, com a função de auxiliar na partida do compressor, como o próprio nome diz. Ele atua sempre em conjunto com um relé executando a função inversa, isto é, desligar o aparelho. Já o capacitor de fase é aquele que permanece ligado a todo momento, enquanto o compressor estiver funcionando”, esclarece.

Segundo o instrutor, há duas formas principais de se testar o capacitor. “É preciso saber que os capacitores estão na escala de microfarad (µF) e o instrumento utilizado para medir sua capacidade é o capacímetro. O segundo modo de testar requer três contas matemáticas, mas é algo bem simples”.

Antes de começar o cálculo, é importante anotar a referência LRA do compressor do ar-condicionado. Em seguida, devemos utilizar a seguinte fórmula matemática para saber qual capacitor deverá ser utilizado:

Para encontrar o número LRA, Rafael garante: “é bem simples, isso é um valor referente à corrente de compressor travado, encontrado no manual do compressor ou simplesmente na sua etiqueta. A etiqueta também informa, normalmente, o LRA, no qual se baseiam todas as proteções elétricas de um compressor”.

Vamos a um exemplo prático?

Suponhamos que devemos selecionar um capacitor para um compressor que possui um valor de LRA de 60, qual capacitor deveremos usar?

Com isso, chegamos a uma resultante de 56. Como no mercado não temos capacitor com esse valor, podemos utilizar o de 60 microfarads (μF).

Lembre-se: outra coisa que devemos nos atentar é para a tensão de isolamento. Todo capacitor tem sua margem de tensão aplicável ou tensão de isolamento, ou seja, o máximo de tensão que o capacitor suporta. Acima disso, ele estoura, porque internamente é separado por um dielétrico (material isolante). Porém, se a tensão aplicável for maior que sua tensão especificada, o mesmo pode simplesmente explodir.

É muito importante selecionar um capacitor que tenha um valor de tensão acima do valor nominal do seu equipamento. Por exemplo:  se a rede do condicionador de ar for de 220V, selecione um capacitor com tensão de 380V, pois assim você não terá problemas relacionados à tensão do capacitor.

E, para finalizar, é fundamental lembrar que existem capacitores individuais que alimentam uma carga, a exemplo do compressor ou ventilador. Mas temos também capacitores duplos, com um compartimento para atender o ventilador; um segundo para o compressor e ainda um terceiro ponto em comum entre ambos.

Agora que você domina o assunto, mãos à obra. Entregue excelentes serviços e, se precisar de qualquer peça, pode passar em uma loja Frigelar, adquirir pelo site ou conferir no App Frigelar.

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Entenda mais: Eurovent e ABRAVA publicam a versão Brasileira da Recomendação Eurovent 4/23

Pensando em todos os profissionais de AVAC-R que se dedicam ao ramo de sistemas de ventilação – especialmente para consultores de projetos, gerentes de plantas e fabricantes de equipamentos que incorporem filtros de ar –, a Eurovent, em parceria com a ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento) publicaram a versão Brasileira da Recomendação Eurovent 4/23.

A publicação  “Seleção das classes de filtro de ar classificado em EN ISO 16890 para aplicações gerais de ventilação” foi originalmente publicada em 1 de novembro de 2020 na Bélgica. Devido ao sucesso e à necessidade de que esse conteúdo chegue ao maior número de trabalhadores, foi traduzida para o português no último mês.

A Recomendação Eurovent 4/23 (2020) está alinhada aos desenvolvimentos de normatização internacional. Incluindo uma tabela de referência, que mostra que as eficiências de filtração exigidas podem ser alcançadas utilizando diferentes filtros ou combinações dos mesmos. 

De acordo com a nova norma, “a escolha da eficiência de filtragem deverá ser feita em função da qualidade interna do ar necessária em cada um dos níveis de tamanho de partículas, por tanto a eficiência de filtragem depende do tamanho da partícula conforme tabela abaixo”:

Escolha do filtro de ar em função do tamanho e da concentração da partícula

Foi desenvolvida em conjunto por participantes do Grupo de Produtos da Eurovent para ‘Filtros de Ar’ (PG-FIL) e o grupo de trabalho ABNT/CEE-138 – Comissão de Estudos Especial “Equipamentos para Limpeza do Ar e Outros Gases” do Comitê Brasileiro de Refrigeração Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento ABNT/CB-055 (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A versão Brasileira da Recomendação Eurovent 4/23 (2020) em português pode ser baixada gratuitamente aqui.

A edição impressa pode ser solicitada a todos os fabricantes de filtros membros da Eurovent. A Recomendação será regularmente atualizada sempre que novos dados de ensaios estiverem disponíveis.

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Saiba por que usar condensadora e evaporadora de marcas diferentes em seu aparelho pode ser uma má ideia

Imagine que você tem um ar condicionado do tipo Split e por alguma razão, técnica, econômica ou vida útil, precisa substituir a evaporadora ou a condensadora do aparelho e se deparou com a possibilidade de usar marcas diferentes. Dúvida recorrente entre profissionais do setor, e dor de cabeça entre os clientes: utilizar condensadora e evaporadora de marcas diferentes dá problema?

Para nos esclarecer essa questão, falamos com o nosso colega, o professor Anderson Oliveira, fundador do canal INTAC, que nos traz algumas orientações: 

Primeiro, um dos principais pontos é saber se a unidade evaporadora, com relação à unidade condensadora, utiliza a tecnologia Inverter ou on-off (convencional). “Qualquer equipamento que é on-off, quando utilizado em sistemas Inverter, não irá funcionar adequadamente. Os sensores de temperatura não estarão todos em sintonia com a placa do módulo Inverter. Ou seja, a comunicação da modulação de compressor e motoventilador não acontece e muito menos a comunicação entre as unidades (evaporadora e condensadora) quando não se tem a mesma tecnologia”, esclarece.

E se de alguma forma ele venha a funcionar, deixará de ser um ar-condicionado Inverter. Isso ocorre porque o grande destaque de qualquer sistema Inverter é ter a modulação do deslocamento volumétrico do compressor e variação na velocidade do ventilador (interno e externo.

Mesma tecnologia, marcas diferentes

Sendo da mesma tecnologia e de marcas diferentes, os fabricantes tanto de sistemas on-off quanto Inverter, mantêm suas placas eletrônicas distintas. Assim, junto com elas, também valores de resistências ôhmicas dos sensores (evaporador, serpentina, ar externo e tubo de descarga). 

E o professor alerta: “os valores lidos nas temperaturas dos sensores e convertidos no cabo conhecido como SINAL, podem não ter os mesmos valores de variação de resistência ou tensão elétrica fornecidos à placa receptora ou placa principal (potência).”

Um ponto a ser analisado é o diagrama elétrico. “Similares em sistema on-off e em alguns Inverter, os diagramas elétricos nas menores capacidade (de 7.000 a 12.000 BTUs/h) necessitam atenção, visto que alguns fabricantes das capacidades de 12.000Btu/h alimentam os equipamentos pela evaporadora, enquanto outros alimentam o equipamento pela unidade condensadora. Isso poderia ocasionar a falta de cabos elétricos para fazer possíveis adaptações” explica Oliveira.

Outra dor de cabeça em usar marcas diferentes é que muitos Splits Inverter foram desenvolvidos com o dispositivo de expansão do tipo tubo capilar, enquanto outros já foram lançados com válvula de expansão eletrônica. “Nestes casos, haverá falhas em função da indisponibilidade nas comunicações de sensores e placas eletrônicas, o que afeta diretamente o controle e a modulação da Válvula de Expansão Eletrônica (V.E.E), deixando o sistema totalmente fora da sua originalidade”, garante.

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Fugas de refrigerantes: saiba como detectar

Outro ponto importante é observar o fluido refrigerante, já que nem todos os equipamentos utilizam o mesmo. O gás R410A é conhecido por ser ecologicamente correto, por ser atóxico, não inflamável e não agredir a Camada de Ozônio. Boa parte dos aparelhos utilizam esse fluido, especialmente os Inverter. 

No entanto, o fluido refrigerante é apenas a substância química responsável pelo transporte de calor entre as unidades internas e externas. Isso quer dizer que o aparelho pode receber o selo eco-friendly, mas isso não quer dizer que ele é necessariamente Inverter. “Pode acontecer de você se deparar com dois  equipamentos da mesma capacidade com o mesmo fluido refrigerante e na hora das ‘adaptações’ perceberá que um é Inverter e outro não”, reforça o professor. 

Então, não restam dúvidas. A recomendação é sempre buscar por marcas iguais, capacidades iguais e tecnologias iguais. Com isso, você terá garantia legal, atendimento pelo fabricante e o principal: responsabilidade técnica, garantindo a sua mão de obra qualificada ao consumidor que contratar seus serviços.

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Excesso de gás pode comprometer o bom funcionamento do compressor do ar-condicionado

Considerada uma das peças mais importantes do aparelho, o compressor do ar-condicionado é o equipamento responsável pela alteração da temperatura do ar, promovendo o aquecimento ou a refrigeração do ambiente. E para garantir o bom funcionamento do produto, é importante ter cuidado com o excesso do gás no sistema, para evitar o compressor danificado.

Popularmente conhecido como gás, o fluido refrigerante é uma substância responsável pelas trocas térmicas em um sistema de refrigeração. Mas, para que essas trocas térmicas funcionem corretamente, e não se tornem uma verdadeira dor de cabeça para o cliente, o instrutor Rafael Ferreira da Samacursos esclarece: “o que ocorre na prática é inserção de fluído refrigerante se baseando apenas em um parâmetro que é a pressão, que muitas das vezes pode nos enganar durante esse processo. Com isso, a carga inserida no sistema às vezes pode ser maior ou menor do que se necessita”

Para evitar esse problema, o professor aconselha: “o que devemos ter em mente é que, quanto menor o quantificativo de massa, mais precisa terá que ser a carga. Exemplo disso são os refrigeradores com fluído R 600a, que por sua vez necessitam de apenas 40 gramas para que o mesmo venha a funcionar. Assim, qualquer 10 gramas a mais ou até mesmo a menos pode ser o suficiente para ser prejudicial ao sistema.”

O excesso de gás no compressor pode causar diversos danos ao sistema. Um deles é o retorno de líquido para o compressor: “Isso acontece pela grande circulação de fluído refrigerante que irá percorrer pelo evaporador, fazendo que o mesmo se torne pequeno para evaporar todo fluído refrigerante. Com isso, um percentual de fluido refrigerante no estado líquido irá retornar para o compressor, onde teremos uma quebra mecânica por golpe de líquido. Lembrando que o fluído refrigerante que adentra ao compressor deve se encontrar na condição de 100% vapor saturado”, explica Ferreira.

Fique por dentro: Acerte sempre a mão nas cargas de refrigerante

E vale lembrar: dependendo do regime de temperatura que o sistema irá operar, podemos ter uma formação de gelo excessiva no evaporador quando temos um excesso de fluido refrigerante. Assim, o gelo contido irá interferir diretamente nas trocas térmicas, fazendo que o sistema perca rendimento.

O professor ainda alerta para outro problema que o excesso do gás no compressor pode ocasionar: a elevação da temperatura de condensação. Isso acarreta em uma elevada corrente elétrica do compressor, gerando um elevado consumo elétrico.

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Todo cuidado é pouco, qualquer erro de operação, maior afetado será o compressor.  Devemos sempre se atentar para a carga de fluido refrigerante seja feita de forma correta, seguindo os procedimentos de boas práticas de refrigeração, que pode ser por massa, utilizando uma balança de precisão, ou pelo balanceamento termodinâmico, que se trata do superaquecimento e Sub-Resfriamento.

E atenção: Nunca devemos proceder uma carga somente observando a pressão do sistema, pois podemos ser enganados, afinal a pressão é uma variável que pode ser alterada com as mudanças climáticas.

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