Referência cruzada de compressores: é possível substituir modelos antigos?

O compressor é tão importante para a refrigeração que podemos até denomina-lo como “coração” do sistema. O problema é que, uma hora ou outra, será necessário substituir essa peça. Mas, dependendo da vida útil do seu aparelho, pode ser que o modelo do compressor original tenha sido descontinuado, ou seja, não é mais fabricado. E agora, o que fazer?

Seja para reduzir seus custos de produção ou aprimorar a eficiência energética dos seus compressores, é comum que alguns modelos ultrapassados deixem de ser produzidos. No entanto, isso não necessariamente será um problema para o técnico de refrigeração, que poderá substituir modelos antigos por compressores mais atuais. 

Mas todo cuidado deve ser tomado na hora de fazer a mudança, e para ajudar nesse procedimento, separamos alguns pontos que devem ser observados: 

1- Temperatura de evaporação

É importante que o compressor que vai substituir o antigo modelo tenha a mesma faixa de temperatura de evaporação para não comprometer o funcionamento. Em algumas ocasiões, é possível conseguir essa informação no compressor a ser substituído. Caso seu modelo não forneça essas informações, é possível obtê-la do sistema de refrigeração:

  • geladeiras e freezers estão sempre na faixa de baixa temperatura de evaporação (LBP);
  • expositores de bebidas, por exemplo, normalmente estão na faixa de média temperatura de evaporação (MBP).

Na prática, os fabricantes têm tabelas classificando os compressores por temperatura de evaporação e os tipos de equipamentos/ sistemas associados.

2- Fluido refrigerante

A recomendação  é manter o fluido refrigerante utilizado pelo compressor antigo. Contudo, hoje em dia, devido ao Protocolo de Montreal, fluidos como o R12 não são mais fabricados, sendo necessário substituir todo o fluido do sistema.

Caso haja necessidade de substituir o fluido, é recomendado uma limpeza rigorosa do sistema. Além de retirá-lo, é preciso também remover o óleo lubrificante.

3- Tensão e frequência

É importante lembrar que o compressor deve ter a mesma tensão e frequência do anterior, o que pode atrapalhar muitos refrigeristas. 

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4- Torque de partida

Compressores podem ter baixo ou alto torque de partida e não dá para usar um no lugar do outro. É preciso verificar tal informação antes de prosseguir com a substituição.

Caso esta informação não esteja disponível, o próprio aparelho dará a indicação de qual tipo de torque é necessário do compressor. O tubo capilar exige compressor com baixo ou alto torque de partida; a válvula de expansão exige compressor com alto torque de partida.

5 – Capacidade do sistema de refrigeração

O compressor novo deve ser compatível com a carga térmica do sistema. Pode-se aceitar uma variação de até 10% a mais ou a menos do que a carga, mas não mais do que isso.

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Essencial para manter o fluxo de massa do fluido no sistema de refrigeração, qualquer problema com esse componente pode trazer eventuais dores de cabeça. E ninguém quer ter problemas com o aparelho, não é? Com essas dicas, você será capaz de dominar o assunto. Mãos à obra. 

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