Choque térmico: mito ou realidade?

“Fecha essa geladeira, menino, você acabou de sair do chuveiro quente!” Quem de nós nunca ouviu a mãe, aflita, fazendo esse tipo de advertência? Afinal, sua avó deve também deve ter feito o mesmo com ela.

Intrigado com esse tipo de coisa, resolvi estudar um pouco mais o assunto, para saber se o nosso trabalho não estaria sendo cúmplice, indiretamente, do frio causador de doenças e, sabe Deus, até a morte de alguém.

Pois bem, acabei descobrindo que o chamado choque térmico só acontece mesmo em situações extremas.

A criança recém-saída do chuveiro apenas correria algum risco se fosse direto do chuveiro, usando apenas uma toalha, para um local onde estivesse geando. Quer dizer, as mudanças de temperatura causadoras de problemas são aquelas muito bruscas, algo fora do alcance de um simples refrigerador doméstico.

Mas, como em tudo na vida, há exceções. Pessoas com problemas cardíacos, asma e rinite devem evitar até mesmo contrastes pequenos, como o do exemplo da mãe zelosa.

E o ar-condicionado, como fica? Bem, a máxima consequência possível quando se troca rapidamente um ambiente aquecido por um gelado, e vice-versa, é a ocorrência de espirros, congestão nasal ou tosse, isto é, nada que se assemelhe a um choque térmico.

Por via das dúvidas, quando houver vários ambientes climatizados numa residência ou escritório, o negócio é equalizar as temperaturas dos evaporadores numa faixa entre 20 °C e 24 ºC, como forma de evitar reações orgânicas.

Esses parâmetros, inclusive, estão previstos na norma ISO 9241 e na NR-17, do Ministério do Trabalho, que também falam em velocidade de ar inferior a 0,75 m/s.

Lei do PMOC começa a valer em julho

Nossos clientes e empregadores têm pela frente uma nova obrigação a cumprir: a partir de 3 de julho, as vigilâncias sanitárias de todo o país começam a multar pela falta do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) nos sistemas e aparelhos de ar-condicionado instalados em edifícios comerciais e industriais de uso público.

A providência busca reduzir a possibilidade de doenças respiratórias provocadas por sujeira e outros problemas na climatização, e começou a ganhar vida com a Portaria 3.523/1998, baixada vinte anos atrás pelo Ministério da Saúde, e que em janeiro último ganhou força com a Lei 13.589/2018.

Ela se aplica a quem possua mais de 60 mil BTU/h instalados, situação frequente no mercado, pois não é difícil encontrar uma empresa, por exemplo, com quatro equipamentos de 12 mil BTU/h instalados.

Já os parâmetros de qualidade tomados como referência pela nova legislação são os mesmos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

De agora em diante, quem não estiver com o PMOC em dia poderá ser autuado entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão, cabendo aos engenheiros mecânicos e industriais desenvolver e assinar o plano. Mas isso não impede a nós, refrigeristas, lembrar essa necessidade aos nossos patrões ou clientes sempre que possível, certo?

Inverno e ar-condicionado, uma boa combinação

Você, por acaso, é daqueles que, mesmo trabalhando com HVAC-R, diz por aí que condicionador de ar só faz bem mesmo no verão? Olha, se for, sugiro mudar de ideia, pois, em vez de propagar gripes e resfriados, como alguns acreditam, seu papel nas estações mais frias é aumentar o conforto térmico das pessoas, tarefa facilitada pela grande quantidade de aparelhos quente e frio disponível hoje no mercado.

E olhe que não sou eu o defensor da climatização também no outono e inverno. Quem levantou essa bandeira foi uma especialista ambiental norte-americana chamada Olivia Rose-Innes.

Mas ela adverte que sistemas mal cuidados podem agravar as doenças respiratórias de quem já tem esses problemas, muitas vezes crônicos, e que normalmente são mais sensíveis à ação de fungos e bactérias.

Agora, um mito em 100% dos casos envolve as alergias possivelmente provocadas pelo sistema de climatização, algo impossível de acontecer, segundo um médico especialista nessa área, o doutor Adrian Morris, também dos EUA.

“Você não pode ser alérgico a ar-condicionado; ele é só uma máquina que esfria o ar como sua geladeira”, assegura ele, embora também deixe claro que esporos de mofo, esses sim, são capazes de provocar alergias, caso os aparelhos estejam sujos a ponto de provocar a proliferação desses micro-organismos que adoram umidade.

Como a gente sabe, limpar os filtros regularmente é um bom começo para evitar essas situações, sem falar naquela higienização mais profunda, geralmente realizada uma vez por ano por um profissional como nós.

Conheça o controle remoto universal

Quem de nós já não teve pela frente um cliente aflito, por ter perdido ou quebrado o controle remoto do ar condicionado, e não estar encontrando um idêntico para repor?

Foi pensando nisso que a EOS desenvolveu um modelo universal, compatível com as marcas mais frequentes do mercado, uma lista bem recheada que inclui nomes como Carrier, Electrolux, Fujitsu e Samsung.

E mesmo quando não se conhece o modelo exato da máquina, o controle tem um recurso para a localização automática da referência, e até do fabricante, caso nem esse dado seja conhecido.

Quanto ao processo de configuração, ele é rápido e muito simples, mas ao invés de explicar aqui todos os detalhes, acho melhor você conferir o vídeo no Canal Frigelar e ver, tim-tim por tim-tim, como funciona esse interessante produto, que está disponível em todas as lojas da rede.

Fique em dia sobre os manifolds digitais

A evolução na forma de medir as pressões alta e baixa de um sistema do HVAC-R é tratada em detalhes no mais novo vídeo do Canal Frigelar no YouTube.

Nesta apresentação, você vai conhecer melhor as diferenças entre os modelos analógicos e digitais e as funções extras hoje desempenhadas pelo instrumento, o que ajuda bastante o profissional na hora de instalar ou manter um equipamento.

Faça como eu, dê uma passada por lá e compartilhe o vídeo com os seus colegas.

Livro ensina a lidar com o cobre

A Senai-SP Editora acaba de lançar um livro bastante interessante para o nosso aprimoramento profissional: “Boas práticas no uso do cobre para refrigeração e climatização”.

Esta obra foi elaborada para apresentar as mais importantes ferramentas e procedimentos técnicos empregados nos serviços de instalação, operação, manutenção e reparo de sistemas do gênero.

Durante seu lançamento, eu bati um papo com o seu autor, o professor José de Jesus Amaral Marques, que dá aula na Escola Senai “Oscar Rodrigues Alves”, em São Paulo. Claro, aproveitei a ocasião para perguntar a ele algumas dicas básicas que a gente pode adotar no dia a dia.

A primeira coisa destacada pelo professor Amaral é a importância de se chegar à obra e estocar os tubos num local limpo, livre de oxidação e com as pontas devidamente tampadas.

Na hora da brasagem, precisa conhecer muito bem os materiais de adição, aqueles que muitos colegas chamam de solda, respondendo a perguntas como: De que forma eu trabalho com essa vareta? Qual é o manuseio correto? E a temperatura?

O uso do nitrogênio passante, a chamada atmosfera modificada, também é lembrado pelo professor, o mesmo acontecendo com a técnica de flangeamento, jamais devendo-se esquecer de colocar a porca e fazer o flange bem-feito.

Nessa hora, aliás, ele aponta o flangeador excêntrico como o mais acessível e funcional, pois garante uma boa conformação e o flange perfeito, já que manualmente, por mais habilidoso que o técnico seja, acaba havendo desperdícios. Apertos diferentes, por exemplo, danificam o escoamento do metal no niple ou na válvula de vedação.

As vantagens do cobre também são frisadas no livro, principalmente a durabilidade, que o professor Amaral associa a uma maior economia, seja de material, energia ou fluido refrigerante, ao evitar vazamentos.

Seu ponto fraco, contudo, é não poder ser aplicado em instalações com amônia, embora funcione normalmente com os halogenados e os naturais, como o propano (R-290) e o isobutano (R-600a), fluidos refrigerantes cada vez mais adotados no setor.

Para mais informações sobre o livro, acesse o site da Senai-SP Editora.

Os cuidados para uma boa instalação de split

Embora a maioria de nós esteja acostumada a instalar aparelhos ar-condicionado split, nunca é demais relembrar as melhores práticas da área, até mesmo por haver colegas que podem estar chegando agora a esse mercado, apontado por estudo internacional como o de maior crescimento no mundo.

A primeira coisa a ter em mente é que o sucesso de um serviço do gênero começa bem antes da instalação propriamente dita, pois é preciso saber de antemão qual a capacidade ideal da máquina a ser adquirida, dependendo da configuração do local.

Nessa hora é preciso analisar todas as fontes de aquecimento do ambiente: quantidade e dimensão de aberturas e janelas, revestimentos usados no local, lâmpadas, computadores e demais equipamentos elétricos existentes, bem como o número de frequentadores do espaço.

Definidos os BTU/h ideais para o split, resta saber como estão as instalações elétricas do local. Por exemplo, se a espessura do cabeamento tem uma bitola condizente com a potência do aparelho, para evitar que o disjuntor desarme sempre que houver superaquecimento da fiação.

Além disso, o quadro de distribuição do edifício precisa ter um disjuntor dedicado exclusivamente para o ar-condicionado. Na falta dessas condições, um eletricista deve ser procurado.

E onde instalar as unidades internas e externas? Bem, a evaporadora precisa ficar num ponto do ambiente sem radiação solar e livre de obstáculos no fluxo de ventilação.

Já a condensadora deve ficar do lado externo, de modo que faça a correta dissipação do calor absorvido na evaporadora, ou seja, sem nenhuma obstrução e igualmente protegida da insolação.

Se for afixada na parede, requer a utilização de parafusos e buchas adequados, assim como de um coxim de borracha, caso a opção seja assentá-la no chão de uma sacada, por exemplo.

Em seguida, vêm os cuidados com a tubulação para unir as duas unidades. Sempre revestidas por isolantes térmicos, elas devem obedecer a distância indicada pelo fabricante, a fim de evitar indesejáveis trocas de calor com o ambiente.

Na instalação da rede também vale a pena observar a posição do sifão, que varia de acordo com o desnível entre condensadora e evaporadora. A realização de curvas, por sua vez, deve contar sempre com a ajuda de ferramenta apropriada, para manter um raio longo e, com isso, facilitar o fluxo de refrigerante.

Uma vez conectadas as tubulações, a próxima providência a tomar é pressurizar a linha para verificar vazamentos e, posteriormente, criar o vácuo para remover toda a umidade interna.

Outra providência vital é a instalação de um ponto de drenagem para o escoamento da condensação provocada pelo resfriamento do ar na unidade evaporadora.

Quando o prédio não possui infraestrutura para se despejar essa água no esgoto, ela pode ser levada para qualquer outro lugar, desde que seja do lado de fora do ambiente.

As vantagens do carro climatizado

Como você sabe, é bastante conhecido em nosso setor o papel importante do ar-condicionado automotivo para estimular o uso de outros tipos de sistema.

O motivo para isso é muito simples. Ao contar com esse conforto enquanto dirige, a pessoa se acostuma tanto com ele que passa a adquirir condicionadores para a casa e o local de trabalho.

Mas quais seriam os argumentos para convencer alguém a ter seu carro climatizado?

Bem, nessa hora não faltam boas razões, até mesmo sem manter relação direta com o desejo de se deixar o frio ou o calor excessivo do lado de fora.

A primeira delas é a questão da segurança, pois circular com os vidros fechados é uma defesa a mais contra os assaltos nos semáforos e a inconveniência de vendedores e panfleteiros.

Para quem coloca a economia em primeiro lugar, os equipamentos desse tipo também são mão na roda, já que o arraste causado pelo vento, no caso de vidros abertos, acaba aumentando o gasto de combustível ao se atingir os 80 km/h.

Além disso, o avanço tecnológico trouxe ao mercado compressores cada vez mais eficientes e que não prejudicam o desempenho do motor, ao contrário do que acontecia antigamente.

Não se pode negar também o efeito positivo do ar-condicionado na qualidade de vida de motoristas e passageiros. Juntamente com o conforto térmico, eles ganham os benefícios de transitar sem barulho e respirando um ar livre de poluição.

Colocando tudo isso na balança, fica difícil alguém ainda dizer que ar-condicionado automotivo é um luxo, principalmente se o carro for uma ferramenta de trabalho no seu dia a dia.

Limpeza da condensadora: saiba como e por que fazê-la

Muitas vezes, quando a gente é chamado para descobrir o motivo do mau funcionamento do ar-condicionado, acaba percebendo que o problema todo é a falta de uma boa limpeza da unidade condensadora.

Trata-se da famosa manutenção preventiva, que, além de garantir a durabilidade do aparelho, evita quebras e economiza energia.

Bem, mas para dar tudo certo na hora de fazer esse serviço é importante tomar alguns cuidados.

O primeiro deles é a escolha do produto químico a ser usado para limpar as aletas de alumínio. Precisa ver, por exemplo, se ele é registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, o que comprova estar em ordem sua documentação sobre eficiência e procedência.

O passo seguinte é iniciar a diluição, seguindo sempre as instruções do rótulo, onde também costumam estar importantes dicas sobre manuseio seguro.

Lembre-se, estamos lidando com um detergente ácido, e por isso devemos mexer com ele sempre em áreas ventiladas, e usando os devidos equipamentos de proteção individual (EPIs).

Já a diluição correta e o tempo de ação indicados na embalagem são fundamentais para evitar a corrosão das peças e, consequentemente, a diminuição de sua vida útil, embora nos casos de extrema sujeira a proporção da mistura com água possa ser alterada.

Para completar o trabalho, o negócio é lavar bem todos os componentes, eliminando qualquer resíduo de produto químico, e depois secar o equipamento inteiro.

Feito tudo isso, parabéns, é só repetir a dose dentro de um ano, intervalo recomendado por praticamente todos os fabricantes para essa limpeza periódica da unidade externa do ar-condicionado.

Ar-condicionado o ano inteiro

Agora que o outono já chegou e o inverno se aproxima, vale a pena relembrar alguns argumentos para convencer nossos clientes a instalar um ar-condicionado também nesta época do ano.

Cá entre nós, não podemos contar com serviço apenas na primavera e verão, já que existe hoje no mercado uma grande variedade de aparelhos quente-frio, garantindo o conforto e a boa qualidade do ar o ano inteiro.

O primeiro ponto a favor de uma instalação realizada fora da alta estação é a maior tranquilidade a partir da compra do aparelho ideal, uma vez que os estoques das lojas costumam estar bem servidos e até mesmo os preços são mais favoráveis.

No caso dos prédios comerciais, serve como apelo extra o ganho de produtividade obtido pelas pessoas que trabalham em boas condições de conforto térmico.

Ao mesmo tempo, tem a questão da saúde nas residências climatizadas, pois, além de aquecer o ambiente, o condicionador de ar controla a umidade, o nível de sujeira e demais partículas em suspensão.

A temperatura, por exemplo, pode girar facilmente entre 20,5 °C e 23,5°C, sendo alcançada rapidamente e gastando menos energia do que muitos imaginam, graças à eficiência dos aparelhos mais modernos.

Mas tudo isso só pode acontecer com os equipamentos limpos e com boa manutenção, mais dois motivos para nós, refrigeristas, termos o nosso trabalho valorizado pela clientela de janeiro a dezembro.