Centro de Treinamento Emerson, versão 2.0

Reinaugurado em Sorocaba (SP) no final de novembro, o Centro de Treinamento Técnico da Emerson Climate Technologies já está a todo vapor para prosseguir sua missão de oferecer educação continuada a refrigeristas de todo o País.

Em pouco mais de dois anos, o local recebeu mais de mil profissionais, que conheceram tecnologias de última geração como os compressores com CO2 e de velocidade variável, sucesso retumbante que acabaria dando origem a uma unidade similar, recém-aberta no México.

No caso brasileiro, motivou uma série de implementações, caso dos novos dispositivos de automação, assim como um software de realidade virtual que permite ao aluno tanto ver um compressor industrial de grande porte funcionando, quanto manipulá-lo com joysticks.

Esses aprimoramentos foram demonstrados pela multinacional aos seus principais parceiros no País, que puderam ver de perto essa verdadeira antessala para a Internet das Coisas (IoT) e a chamada Indústria 4.0.

Para se inscrever nos treinamentos programados para 2019, os interessados devem acessar o site da Emerson.

Nossa área requer estudo e muito mais

Foi-se o tempo – ainda bem – em que bastava sair por aí com uma caixa de ferramentas e uma garrafa de fluido refrigerante nas mãos para alguém se dizer um profissional do nosso setor.

Eu sei que a gente critica muito os famosos “mexânicos”, mas você já imaginou como estariam as coisas se não fossem os cursos como os do Senai e de outras escolas sérias da área existentes Brasil afora?

Sem falar na demanda crescente por bons serviços de manutenção trazida pela evolução constante das indústrias do HVAC-R e da própria rede de distribuição desses equipamentos, cada vez mais sofisticados.

Por isso, além de estudar em algum lugar respeitável, como o da lista que eu colei mais abaixo, o refrigerista de verdade precisa ser um eterno curioso, entrando pra valer no mundo digital e pesquisando as principais novidades em tecnologia e do próprio mercado.

Igualmente importante, de acordo com especialistas em educação, é a leitura de revistas específicas do segmento, assim como livros relacionados a temas normalmente tratados em sala de aula, mas que sempre vale a pena ver de novo quando se está na vida prática. É o caso, por exemplo, de uma obra recém-lançada sobre tubulações de cobre que a gente indicou aqui mesmo no blog.

E aproveitando que você é um cara plugado, lembre-se de entrar nos bons grupos da nossa área, pois hoje existem várias opções interessantes para a troca de ideias, informações e até mesmo a busca por novos empregos ou clientes.

Bem, conforme eu prometi agora há pouco, aqui está uma lista que o interessado em ser nosso companheiro de trabalho precisa ter em sua cabeceira, a exemplo daqueles que já são e sempre buscam cursos de curta duração para se aprimorar em matérias específicas:

Fonte: Clube da Refrigeração

Futuro será promissor para quem estiver preparado

Você se lembra o que era necessário para um de nós trabalhar bem nos anos 1980? Bem, bastavam conhecimentos básicos de mecânica e elétrica, quase sempre obtidos no dia a dia.

Mas no começo deste século as coisas começaram a mudar, com a chegada dos sistemas eletrônicos e de automação integrados aos equipamentos de refrigeração e ar-condicionado.

Hoje, a palavra de ordem é a polivalência do profissional, compreendendo o desempenho de várias funções e tarefas mais complexas, como manusear os novos fluidos refrigerantes, desenvolvidos em nome da sustentabilidade do planeta.

Além dessa consciência ambiental, cabe ao novo refrigerista ser capaz de entender e interagir com a qualidade de vida nos ambientes interiores e os novos comportamentos do consumidor, principais responsáveis pelos projetos e lançamentos das fábricas.

Domínio de física, química e matemática e o desenvolvimento de talentos como organização, raciocínio lógico e habilidade manual são algumas das características desejáveis a quem trabalha na área, segundo o Guia Escolha Profissões – Indústria, do Senai.

E o futuro, o que nos reserva? Alguns estudiosos preveem o crescimento da refrigeração comercial e queda da doméstica, uma vez que o cliente final tende cada vez mais a trocar seu aparelho defeituoso do que consertá-lo.

Outra tendência é a incorporação aos sistemas de dispositivos para ampliar a precisão de testes e medições, assim como de alarmes para a indicação de problemas, o que vai requerer do profissional saber não apenas instalá-los, como também interpretar suas mensagens.

Por fim, uma grande mudança que já está em curso, o uso da internet para a obtenção de informação técnica de forma instantânea, tanto junto aos fabricantes quanto aos próprios colegas, por meio de celulares, tablets e notebooks.

Mas fique tranquilo, os esforços de quem se preparar bem e estudar sempre hão de ser recompensados. Estudiosos preveem que aqui se repita o acontecido em países da Europa e da América do Norte, onde os especialistas com nível elevado de conhecimento, capazes de entender as necessidades do cliente e encontrar soluções para elas, vêm conseguindo uma remuneração cada vez melhor.

De acordo, por exemplo, com o portal Careeroverview, um técnico em refrigeração nos Estados Unidos ganha, em média, US$ 19 por hora (quase R$ 50), o que representa cerca de US$ 40 mil anuais, ou seja, algo em torno de R$ 110 mil, pressupondo com isso uma renda mensal na casa dos R$ 9 mil.

Aprendendo todos os dias

Ele é conhecido como uma “figuraça” na Frigelar da Alameda Glete, em São Paulo, onde costuma ir duas vezes por dia para se abastecer de peças e componentes essenciais ao seu trabalho de refrigerista autônomo.

Mas conversando alguns minutos com Heleno Antônio de Santana, percebe-se claramente que esse profissional expansivo e irreverente tem muita seriedade nos serviços que presta nas áreas de refrigeração doméstica, comercial de pequeno e médio portes, refrigeradores, máquinas de gelo, lavadoras e secadoras.

Foi por isso, aliás, que nesses 35 anos de profissão ele sempre buscou aprimoramento por meio de cursos, como o realizado recentemente no Centro Técnico de Refrigeração (CTR), e também um treinamento específico na área da eletrônica.

“Você tem que saber onde começa, onde é o meio e o fim de um reparo, e só mesmo estudando é possível resolver os problemas dos equipamentos de hoje, mais desenvolvidos em tecnologia”, diz ele, ao justificar sua preocupação de estar sempre aprendendo.

Outro aliado desse nosso colega no dia a dia tem sido a sua versatilidade, pois nos meses mais frios, quando os negócios costumam cair no segmento doméstico, ele conta mais com a refrigeração comercial, sempre movimentada por causa do consumo no varejo.

Heleno Antônio de Santana é refrigerista há 35 anos

Mesmo assim, Heleno diz não sofrer muito com a famosa sazonalidade do setor. “Existem técnicos que reclamam da falta de serviço, mas o problema mesmo é a pouca qualificação de alguns, porque quando você é bom acaba sendo indicado por muita gente”, observa.

Esse mesmo entusiasmo demonstra José Lucas da Silva Souza, nosso colega que atua principalmente na refrigeração comercial e industrial. Às vezes, ele instala ar-condicionado.

Aliás, ele está animado com o Programa de Incentivo Fujitsu, que oferece bônus em dinheiro aos profissionais que recomendam as condensadoras da marca japonesa aos consumidores.

Estudo permanente é uma das melhores formas de se manter competitivo no mercado, diz José Lucas

Há cerca de 10 anos ele é cliente da unidade da Glete, onde costuma comprar itens como fluido refrigerante, compressor e central eletrônica. “Não tem loja que bata a Frigelar”, diz Lucas, quando perguntando sobre preços e promoções.

Sua queixa atual é mesmo contra o mercado em geral, principalmente o comércio, “pois, se quebram três equipamentos, o cliente só está arrumando um”, constata.

Na qualidade de refrigerista, ele só vê uma esperança: a especialização constante para a realização de serviços com garantia. “Se você for um bom técnico, também terá serviços e clientes de excelente qualidade”, ensina.