Isobutano na geladeira, que cuidados tomar

Como você certamente já notou, vem aumentando o uso de refrigerantes inflamáveis até mesmo em refrigeradores domésticos, principalmente o isobutano (R-600a).

Isso tem acontecido por duas razões principais. A primeira delas é que tais substâncias naturais, substituídas no passado pelos clorofluorcarbonos (CFCs), voltaram a ganhar espaço com a descoberta da agressão causada por esses compostos à camada de ozônio.

O segundo motivo é que fábricas de compressores como a Embraco desenvolveram tecnologias para evitar que o contato do isobutano com a atmosfera, dentro ou fora do equipamento, fique sujeito à ignição natural, provocando com isso incêndios e explosões.

No meio disso tudo estamos nós, refrigeristas, pois a forma como realizamos o nosso trabalho no dia a dia pode fazer toda a diferença entre segurança e alto risco, tanto para nós mesmos quanto nossos colegas e clientes.

Um bom começo nesse campo é ficar de olho em cuidados como utilizar equipamentos automáticos de carga, teste de vazamento e evacuação, pois eles funcionam de acordo com a pressão e demais características físicas e funcionais de cada fluido utilizado.

Durante a realização da carga, por sua vez, o negócio é usar ventilação mecânica sempre que necessário, assim como detectores de vazamento e sensores instalados próximos ao chão, considerando que o R-600a é mais pesado que o ar.

Já o risco de cargas potenciais eletrostáticas causarem faíscas perigosas pode ser evitado com o correto aterramento do sistema, providência mais que desejável quando se trabalha com o isobutano.

Quanto aos testes de vazamento no sistema, eles devem ser realizados sempre com hélio ou nitrogênio, jamais oxigênio, também como forma de se evitar combustão.

Uma vez concluída a carga, compete ao profissional jamais empregar chama para soldar as junções e conexões do circuito, atividade que desse ver realizada sempre por meio de soldagem ultrasônica ou sistemas de fixação de tubos como o Lokring.

Qualquer dia desses a gente volta a tocar nesse assunto, porque o momento da carga é apenas um entre os muitos que permitem converter de arriscada a altamente segura a utilização do R-600a.