Ventilação é a chave para reduzir propagação do novo coronavírus

Pesquisas de equipes das universidades de Oregon e da Califórnia sugerem que práticas operacionais aprimoradas de climatização poderiam reduzir o potencial de propagação do Sars-CoV-2, o vírus que causa a covid-19.

O objetivo do estudo é informar os administradores de edifícios e as pessoas responsáveis por seu projeto e operação sobre o grau e a duração das medidas de distanciamento social durante epidemias e pandemias virais.

Os pesquisadores dizem que estudos recentes sobre a transmissão de microrganismos em instalações prediais podem fornecer informações sobre possíveis métodos para mitigar a disseminação do Sars-CoV-2 nesses locais.

Sabe-se que as partículas virais são muito pequenas para serem contidas até pelos melhores filtros HEPA e MERV, mas o relatório diz que a instalação e manutenção adequadas de filtros podem ajudar a reduzir o risco de transmissão aérea.

Porções de ar externo e taxas de troca de ar mais altas nos edifícios podem ajudar a diluir os contaminantes internos, incluindo as partículas virais do ar que é respirado dentro das construções, revela a pesquisa.

O estudo ainda alerta que taxas mais altas de fluxo de ar podem aumentar a ressuspensão de partículas localizadas sobre superfícies e aumentar o potencial de contaminação em todo o edifício. Isso também poderia aumentar a exposição humana a partículas virais transportáveis pelo ar, lançadas por outros ocupantes do edifício.

Portanto, o estudo sugere que os administradores e operadores de edifícios verifique se é possível aumentar a renovação de ar e estabelecer um plano para gerenciar a fração de ar externo e as taxas de fluxo de ar.

Umidade

Diversas evidências crescentes indicam que a umidade pode desempenhar um papel relevante para a sobrevivência de vírus como o Sars-CoV-2. Em temperaturas internas típicas, acredita-se que a umidade relativa acima de 40% seja prejudicial à sobrevivência de muitos vírus, incluindo os coronavírus em geral.

Nos estudos, a umidade relativa mais alta também diminui a dispersão de contaminantes no ar, mantendo gotículas maiores que contêm partículas virais depositadas sobre superfícies. Além disso, a diminuição da umidade pode aumentar a suscetibilidade de um indivíduo a uma infecção.

O novo relatório sugere que a manutenção de uma umidade relativa entre 40% e 60% em ambientes fechados pode ajudar a limitar a propagação e a sobrevivência do Sars-CoV-2 dentro dos edifícios, minimizando o risco de crescimento de fungos e mantendo as barreiras das mucosas das pessoas hidratadas e intactas.

Iluminação

Embora a luz do dia no espectro ultravioleta (UV) visível seja conhecida por reduzir a viabilidade de bactérias, em edifícios grande parte do espectro da luz solar é filtrada através do vidro da janela, e espectro UV transmitido resultante é amplamente absorvido pelos acabamentos e não refletido mais profundamente no espaço.

O estudo ressalta que mais pesquisas são necessárias para entender o impacto da luz natural no Sars-CoV-2 em ambientes fechados, mas recomenda a abertura de cortinas e persianas para permitir a entrada de luz solar de forma mais abundante.

A irradiação germicida UV (UVGI) proporciona mais segurança para os ocupantes se as lâmpadas desse tipo forem instaladas em dutos de ventilação mecânica para desinfecção do ar.

O artigo dos pesquisadores das universidades americanas – 2019 Novel Coronavirus (COVID-19) Pandemic: Built Environment Considerations To Reduce Transmissionfoi publicado na mSystems, a revista da Sociedade Americana de Microbiologia.