Boas práticas na refrigeração: o meio ambiente e seu bolso agradecem

Você sabia que uma quantidade significativa de emissões de R-22, um fluido refrigerante nocivo à camada de ozônio, poderia ser evitada por meio da aplicação de boas práticas durante as etapas de instalação, operação e manutenção de equipamentos refrigeradores e ar-condicionado?

Quem é refrigerista de verdade sabe muito bem que as boas práticas trazem benefícios ao meio ambiente e qualidade aos serviços prestados, proporcionando maior vida útil e melhor eficiência energética às máquinas.

Segundo o Programa Brasileiro de Eliminação de HCFCs (PBH), o setor de refrigeração comercial responde por aproximadamente 82% do consumo de R-22 no País.

Boas práticas incluem atividades de manutenção preventiva, detecção de vazamentos, registro de dados técnicos, operação adequada, além do recolhimento, reciclagem e manuseio correto dos fluidos frigoríficos, entre outros procedimentos.

Essas atividades demandam profissionais devidamente capacitados e treinados, a fim de contribuir para uma redução significativa do consumo de fluidos frigoríficos.

O recolhimento dos fluidos tem como objetivo principal evitar que sustâncias destruidoras de ozônio (SDOs) sejam lançadas na atmosfera, destruindo a camada de ozônio e contribuindo para o aquecimento global. Por outro lado, surge como importante alternativa para o suprimento de substâncias voltadas para o segmento de manutenção de equipamentos de refrigeração e ar condicionado.

Nesse sentido, o fluido deve ser recolhido e tratado por meio da reciclagem ou regeneração, para que posteriormente possa ser reutilizado, diminuindo a demanda por fluidos novos (virgens) importados e, consequentemente, o consumo de SDOs.

Por isso, a área de meio ambiente da Frigelar presta consultoria e treinamento para gestão de sistemas de refrigeração e climatização, com foco na preservação ambiental.

A empresa possui um dos principais centros de regeneração do Brasil, com autorização do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para realizar a logística e os procedimentos de limpeza de embalagens, transvasagem e armazenagem de todos os tipos CFCs, HCFCs e HFCs.

Esse centro de regeneração atende a todas leis e normas do setor vigentes (Conama 267 e ISO 14000), fornecendo assim as documentações necessárias para cumprimento das exigências ambientais.

Além disso, você encontra nas lojas da rede tudo o que é necessário para realizar um trabalho seguro e bem-feito, como equipamentos de proteção individual (EPIs), bombas de vácuo, cilindros de recolhimento de refrigerantes, recolhedoras e recicladoras, cortadores de tubo, maçaricos, aditivos selantes (tapa fugas), flangeadores, isolantes térmicos e muito mais.

Lojas da Frigelar dispõem de amplo portfólio de ferramentas e acessórios essenciais às boas práticas na refrigeração, além de fluidos refrigerantes e agentes de limpeza

Vazou amônia, e agora?

Se você trabalha com amônia, certamente já ouviu muitas recomendações sobre segurança no manuseio dessa substância, que, apesar de todas as suas vantagens técnicas e ambientais, é extremamente tóxica e até mesmo inflamável, quando em altas concentrações.

Especialistas em instalações industriais e comerciais à base desse refrigerante sempre ensinam como evitar vazamentos, mas quando eles acontecem, o negócio é estar preparado, pois os primeiros minutos após um acidente do gênero são decisivos para minimizar suas consequências.

Basicamente, os objetivos nesses casos são reduzir ao máximo a taxa de liberação, transferir amônia para fora dos evaporadores e coletá-la nos recipientes isolados na casa de máquinas, onde ela possa ser resfriada, pois seu estado mais perigoso é o líquido sob alta pressão e à temperatura ambiente.

Para que esses objetivos sejam alcançados, existem alguns passos fundamentais, a partir da eliminação da entrada de calor, com a parada de todos os motores do evaporador e da bomba, associados a bobinas do lado de baixa ou trocadores de calor, o que permite aos compressores começar o resfriamento da amônia líquida.

Na sequência, é importante definir os controles de capacidade do compressor para manter a pressão em cerca de 1 psi, sem colocar o sistema em vácuo, pois dependendo da localização do vazamento, isso poderia gerar altas pressões no lado alto.

Tomando essas providências, ganha-se alguma margem para respirar, avaliar melhor a situação e procurar com mais tranquilidade por onde a amônia está vazando, ponto central de uma manutenção desse tipo.

Acabamento é essencial nos tubos de cobre

Você sabe tão bem quanto eu que a ocorrência de rebarbas nos tubos de cobre pode causar sérios problemas nos sistemas de refrigeração e ar-condicionado, não sabe?

Pois bem, o negócio é afastar esse risco já no ato da instalação, fazendo o acabamento das tubulações com um escareador, ferramenta que pode ou não vir acoplada ao cortador.

No livro “Boas práticas no uso do cobre para refrigeração e climatização” (Senai-SP Editora), do professor José de Jesus Amaral Marques, eu li que é muito importante nessa hora virar a extremidade do tubo para baixo e tomar cuidado para não se ferir com a ponta do instrumento.

Outro detalhe a ser observado é evitar o escareamento excessivo e o consequente afinamento da parede do tubo, algo que se faz limando sua extremidade, até atingir seu diâmetro nominal.

Essa atividade também deve ser desenvolvida com a boca do tubo para baixo, a fim de prevenir outra ameaça frequente nesse campo, o acúmulo de limalha de cobre no interior da linha.

Agora falta pouco para concluir o trabalho, ou seja, apenas vedar o tubo com um tampão de borracha ou fita adesiva, que é a melhor forma de prevenir a entrada de umidade, poeira ou qualquer corpo estranho.

E não se esqueça: se você precisar de tubos de cobre e ferramentas de qualidade para fazer bem esse trabalho e deixar seu cliente 100% satisfeito, passe numa loja da Frigelar e fale com seu vendedor.

Livro ensina a lidar com o cobre

A Senai-SP Editora acaba de lançar um livro bastante interessante para o nosso aprimoramento profissional: “Boas práticas no uso do cobre para refrigeração e climatização”.

Esta obra foi elaborada para apresentar as mais importantes ferramentas e procedimentos técnicos empregados nos serviços de instalação, operação, manutenção e reparo de sistemas do gênero.

Durante seu lançamento, eu bati um papo com o seu autor, o professor José de Jesus Amaral Marques, que dá aula na Escola Senai “Oscar Rodrigues Alves”, em São Paulo. Claro, aproveitei a ocasião para perguntar a ele algumas dicas básicas que a gente pode adotar no dia a dia.

A primeira coisa destacada pelo professor Amaral é a importância de se chegar à obra e estocar os tubos num local limpo, livre de oxidação e com as pontas devidamente tampadas.

Na hora da brasagem, precisa conhecer muito bem os materiais de adição, aqueles que muitos colegas chamam de solda, respondendo a perguntas como: De que forma eu trabalho com essa vareta? Qual é o manuseio correto? E a temperatura?

O uso do nitrogênio passante, a chamada atmosfera modificada, também é lembrado pelo professor, o mesmo acontecendo com a técnica de flangeamento, jamais devendo-se esquecer de colocar a porca e fazer o flange bem-feito.

Nessa hora, aliás, ele aponta o flangeador excêntrico como o mais acessível e funcional, pois garante uma boa conformação e o flange perfeito, já que manualmente, por mais habilidoso que o técnico seja, acaba havendo desperdícios. Apertos diferentes, por exemplo, danificam o escoamento do metal no niple ou na válvula de vedação.

As vantagens do cobre também são frisadas no livro, principalmente a durabilidade, que o professor Amaral associa a uma maior economia, seja de material, energia ou fluido refrigerante, ao evitar vazamentos.

Seu ponto fraco, contudo, é não poder ser aplicado em instalações com amônia, embora funcione normalmente com os halogenados e os naturais, como o propano (R-290) e o isobutano (R-600a), fluidos refrigerantes cada vez mais adotados no setor.

Para mais informações sobre o livro, acesse o site da Senai-SP Editora.

Algumas dicas para o trabalho ecologicamente correto

Eu estava navegando pelo site do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) e vi por lá um material que achei interessante compartilhar com você. São algumas “regras de ouro” para a manutenção de sistemas de refrigeração e ar-condicionado.

O PBH, só pra lembrar, é uma iniciativa coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, em conjunto com a GIZ, agência de cooperação técnica da Alemanha, visando promover uma série de ações para banir do planeta, gradativamente, substâncias capazes de destruir a camada de ozônio.

Pois bem, vamos às dicas:

– Sempre aplique as boas práticas e trabalhe com segurança, recusando serviços que não possam ser prestados dessa forma;

– Recolha sempre o fluido frigorífico antes de reparar ou desativar um sistema;

– Recicle os fluidos frigoríficos sempre que possível, jamais liberando-os na atmosfera;

– Fluidos frigoríficos contaminados devem ser armazenados de forma segura e, posteriormente, encaminhados para a destruição;

– Nunca utilize substâncias que destroem a camada de ozônio ou fluidos frigoríficos com alto potencial de aquecimento global como solvente de limpeza de sistemas RAC;

– Vazamentos devem ser identificados um a um e reparados antes que o sistema receba uma nova carga de fluido frigorífico;

– Não quebre o vácuo do fluido frigorífico para múltiplos processos de evacuação, utilizando sempre nitrogênio seco para este procedimento;

– Melhore as técnicas relacionadas ao manuseio de fluidos frigoríficos, não purgando com eles, por exemplo, as mangueiras de refrigeração;

– Esvazie o cilindro de fluido frigorífico antes de descartá-lo;

– Não adicione fluido frigorífico ao equipamento sem saber os parâmetros para o seu funcionamento e a quantidade já contida em seu interior;

– Nunca utilize um cilindro de recolhimento sem identificação clara sobre o conteúdo e a finalidade de uso, nem misture diferentes tipos de fluido em um único cilindro de recolhimento;

Fluidos refrigerantes nunca devem ser lançados na atmosfera

– Mantenha os parâmetros de operação do sistema, tais como pressões, temperaturas, corrente elétrica e rendimento, conforme recomendado pelo fabricante, garantindo melhora na eficiência energética e aumento de sua vida útil;

– Preserve o histórico dos serviços de manutenção no livro de registro;

– Não trabalhe com ferramentas e equipamentos danificados ou defeituosos, tampouco utilize mangueiras de transferência de fluido frigorífico maiores que o necessário.

Pronto, agora fica mais fácil fazer a coisa certa em benefício não só do seu trabalho diário, mas, e principalmente, de toda a humanidade.