Honeywell lança app para combater gases refrigerantes falsificados

Num esforço para combater versões falsificadas dos hidrofluorcarbonos (HFCs) da marca Genetron, a Honeywell, indústria química norte-americana cujos produtos são distribuídos no Brasil exclusivamente pela Frigelar, lançou um aplicativo para tablets e smartphones.

Segundo o fabricante de fluidos refrigerantes, o novo aplicativo fornece prova de autenticidade dos produtos dessa linha, que tem sido um alvo de falsificações em alguns mercados.

A Honeywell alerta que os refrigerantes falsos podem causar diversos problemas, desde o aumento do uso de energia e a diminuição do desempenho do sistema, até a redução significativa da vida útil dos equipamentos e a ocorrência de danos e falhas.

As versões falsificadas também podem conter produtos químicos perigosos e causar acidentes, ressalta a companhia.

Além de verificar a autenticidade dos fluidos refrigerantes, o aplicativo Genetron fornece informações sobre o produto e acesso rápido a tópicos de ajuda técnica.

“O lançamento do aplicativo Genetron destaca o compromisso da Honeywell de usar as mais recentes tecnologias para criar comunidades e indústrias mais seguras”, diz Amir Naqvi, líder regional de negócios de produtos fluorados da empresa para Oriente Médio, Turquia e África

“Essa plataforma é um passo adiante para ajudar nossos clientes a verificar nossos refrigerantes, à medida que a indústria luta contra produtos falsificados no mercado”, salienta.

O app Genetron é gratuito para uso dos clientes e pode ser baixado nas lojas de aplicativos iOS e Android.

Recomendações de segurança para quem trabalha com fluidos refrigerantes

Como sabemos, o manuseio de qualquer tipo de fluido refrigerante, seja ele inflamável ou não, é um trabalho realmente perigoso. Por esse motivo, os procedimentos de carga, recolhimento e recarga desses compostos devem ser executados em total conformidade com as normas de segurança do setor e as orientações fornecidas por seus fabricantes.

Na fase líquida, os fluidos frigoríficos podem causar queimaduras na pele, devido à baixa temperatura. Na fase gasosa, em altas concentrações num ambiente pouco ventilado, há risco de asfixia.

Conforme esclarece o material didático do Treinamento e Capacitação para Boas Práticas em Sistemas de Ar-Condicionado do Tipo Split, do Programa Brasileiro de Eliminação de HCFCs, o manuseio seguro dessas substâncias demanda dos refrigeristas atenção redobrada, além de ferramentas e equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, itens que todos nós encontramos facilmente nas lojas da Frigelar.

Vamos agora recordar quais requisitos de segurança são aplicáveis e devem ser cumpridos durante os trabalhos com fluidos refrigerantes:

– Sempre use óculos de segurança. O contato com os olhos pode causar graves queimaduras. Em caso de acidente, lave imediatamente os olhos com muita água e procure assistência médica;

– Sempre use luvas de proteção. O fluido frigorífico no estado líquido e o lubrificante nele contido não devem entrar em contato com a pele. Em caso de contato, lave imediatamente a área afetada com bastante água e procure assistência médica. Luvas de couro e têxteis não são adequadas. Por isso, dê preferência a luvas de elastoméricas;

– Ventile bem os ambientes fechados, pois existe risco de asfixia quando fluidos frigoríficos vazam em locais com baixa renovação de ar. Por serem mais pesados do que o ar, a partir de uma certa concentração, em torno de 12% do volume de ar, haverá falta de oxigênio para a respiração, podendo acarretar problemas de inconsciência e cardiovasculares nas pessoas, causados pelo estresse devido à falta de oxigênio;

– É proibido fumar ao manusear fluidos frigoríficos. A cinza de cigarros pode resultar na decomposição do refrigerante, causando a geração de substâncias tóxicas;

– Risco de incêndio também existe em sistemas que utilizam fluidos frigoríficos não inflamáveis. O incêndio pode ser causado por meio da ignição de resíduos de óleo e o material de isolamento, bem como pela névoa de óleo na ocorrência de vazamentos de grandes proporções.

Primeiros socorros em caso de acidentes

No caso de ferimentos e queimaduras causados pelo contato de fluido frigorífico líquido com a pele, deve-se remover a roupa e lavar a área afetada com água normal. No caso dos olhos, recomenda-se lavá-los continuamente por 15 a 20 minutos. Em seguida, a pessoa deve procurar assistência médica profissional.

No caso de asfixia de um colega durante o trabalho, entre imediatamente em contato com os serviços de emergência da sua cidade (Samu ou Corpo de Bombeiros).

Além de fluidos refrigerantes e agentes de limpeza, lojas da Frigelar dispõem de amplo portfólio de ferramentas, EPIs e outros acessórios essenciais às boas práticas na refrigeração

Como evitar desastres iguais ao do CT do Flamengo

Se teve uma categoria profissional afetada diretamente pelo desastre que matou dez meninos no centro de treinamento das equipes de base do Flamengo, essa categoria foi a nossa.

Antes de se pensar na qualidade dos aparelhos de ar-condicionado, dos painéis isolantes ou da própria energia elétrica que abastece o local, vem logo à mente de todos a questão da mão de obra empregada.

Cá entre nós, sabemos muito bem de nossa responsabilidade para que um incêndio seja uma das últimas possibilidades em qualquer tipo de ambiente climatizado.

Mas o momento é bastante propício pra gente relembrar alguns cuidados essenciais a serem tomados num campo tão polêmico e delicado como este.

Tudo começa na hora da instalação, quando é fundamental examinar itens como fiação, tensão, potência dos aparelhos e perfil da rede elétrica existente. A espessura e o tamanho dos fios, por exemplo, devem variar de acordo com a capacidade do modelo instalado, sendo recomendável a instalação de disjuntores individuais e sempre na amperagem correta.

Depois, no dia a dia da operação, o recomendável é que se faça manutenção periodicamente, única forma de detectar problemas capazes de provocar um futuro curto-circuito, como é o caso do desgaste prematuro da proteção interna que todo aparelho possui contra esse tipo de acidente.

Além de serem óbvios e conhecidos há muito tempo, cuidados assim fazem parte da Lei 13.589/2018, que determina a obrigatoriedade do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) em todos os prédios públicos e privados onde haja a partir de 60 mil BTU/h instalados.

Acidentes por inalação: mais frequentes do que se imagina, mas quase sempre evitáveis

Embora muitos colegas acreditem que os maiores riscos enfrentados em nossa lida diária sejam as quedas e os choques elétricos, a exposição a substâncias químicas no ar e o consequente sufocamento ainda preocupam bastante.

Os refrigerantes químicos gasosos pressurizados, por exemplo, fazem parte do nosso trabalho e devem ser tratados sempre com atenção especial, já que não é apenas o lado ambiental do seu uso a ameaça trazida aos seres humanos, conforme demonstram estatísticas do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.

De acordo com aquele órgão, 38 técnicos do setor de climatização e refrigeração perderam a vida entre 2010 e 2015 por terem ficado expostos a substâncias ou ambientes nocivos.

Embora a maioria dos refrigerantes seja atóxica, sua presença em espaços apertados, com ventilação deficiente, pode deslocar o oxigênio e tornar o ar irrespirável.

Um caso típico é o do nitrogênio, que, mesmo respondendo por 78% da composição da nossa atmosfera, pode se tornar excessivo se vazar num tanque pressurizado.

Pelo fato de ser incolor e inodoro, o problema não é percebido sem instrumentos, podendo baixar a concentração de oxigênio, causa frequente de desmaios e danos irreversíveis no cérebro.

Outro tipo de asfixia relativamente comum é o provocado por gases mais pesados que o ar, como o dióxido de carbono e grande parte dos próprios refrigerantes.

Ao se misturar com o ar, eles o jogam para a parte superior do ambiente, causando um efeito semelhante ao provocado pela mistura entre água e óleo.

Finalmente, há o perigo típico de ambientes industriais onde o tratamento do ar se destina a ventilar gases tóxicos como o cloro e também o subproduto da mistura de líquidos utilizados na limpeza que contenham em sua fórmula amônia e alvejantes.

Tão perigoso quanto esses gases é o fosgênio gerado durante a brasagem de certos metais e também num antigo teste de vazamento para sistemas com R-12 e R-22.

Bem, você deve estar se perguntando sobre as formas de evitar graves problemas como os descritos aqui. Uma delas, sem dúvida, é melhorar a qualidade da atmosfera nos ambientes fechados, bombeando para lá o ar externo.

O outro é usar sempre ferramentas de trabalho adequadas, Equipamentos de Proteção Individual (EPI), detectores de monóxido de carbono, medidores do nível de oxigênio e até mesmo kits de respiração para os locais mais arriscados.

Já os recipientes (cilindros de serviço para recolhimento, carga, transporte) e o manuseio de fluido frigorífico devem atender às normas ABNT NBR 13598/2011 (Vasos de Pressão para Refrigeração), ABNT NBR 15960/2011 (Fluidos frigoríficos – Recolhimento, reciclagem e regeneração – 3Rs) e DOT 4BA (norma que informa tipo, capacidade e pressão de trabalho dos cilindros).

E lembre-se, jamais vale a pena colocar a sua segurança em jogo, por mais que se precise de um determinado serviço ou emprego, pois em alguns segundos respirando mal, você pode ter danos irreparáveis nos seus pulmões, olhos e cérebro

Como aplicar a amônia com segurança

Tem colega que passa longe das instalações com amônia (NH3) por achá-las perigosas. Mas é possível utilizar de forma segura essa substância que não agride a camada de ozônio nem contribui para o efeito estufa, além de ter excelentes propriedades termodinâmicas.

A amônia é um fluido volátil (capaz de evaporar), apresenta calor latente de vaporização elevado, requer o mínimo de potência para sua compressão à pressão de condensação e tem pressões de evaporação e condensação razoáveis.

Disponível em abundância para emprego comercial, esse fluido natural tem um custo razoável, não é combustível ou explosivo nas condições normais de funcionamento e, quando vaza, pode ser detectado facilmente pelo seu odor característico.

Instalações com fluido refrigerante tóxico requerem atenção redobrada

Mas existem, realmente, riscos de queimadura e intoxicação quando se tem contato direto com altas concentrações desse refrigerante. Porém, é possível reduzir a um índice mínimo a possibilidade de acidentes quando se adotam práticas preventivas adequadas.

As grandes ameaças para uma utilização segura da amônia começam pela falta de conhecimento sobre os procedimentos corretos de operação, carregamento e drenagem de óleo no sistema, fatores que, combinados, podem causar vazamentos.

É importante, por exemplo, evitar o uso de dispositivos improvisados para drenagem ou válvulas com sujeira no interior impedindo a vedação, sendo fundamental fazer sempre a devida manutenção para corrigir a corrosão externa, que é mais acelerada em ambientes de grande calor e umidade, principalmente nas áreas de baixa pressão.

Precisa ainda ficar de olho nos danos físicos causados por impactos ou rachaduras internas nos vasos, problemas que costumam ocorrer perto dos pontos de solda.

Outra providência importante é a preparação adequada da instalação para receber a carga de amônia, de acordo com as normas técnicas e de segurança vigentes na área, que preveem práticas como testes de vazamento e vácuo.

Utilize as ferramentas adequadas para transferência e manuseio do refrigerante, bem como os equipamentos de proteção individuais (EPIs) e o plano de emergência do local.

E lembre-se sempre: o instrumento mais importante para evitar acidentes com a amônia é a prevenção, e ela só é possível com profissionais bem preparados.