Como evitar desastres iguais ao do CT do Flamengo

Se teve uma categoria profissional afetada diretamente pelo desastre que matou dez meninos no centro de treinamento das equipes de base do Flamengo, essa categoria foi a nossa.

Antes de se pensar na qualidade dos aparelhos de ar-condicionado, dos painéis isolantes ou da própria energia elétrica que abastece o local, vem logo à mente de todos a questão da mão de obra empregada.

Cá entre nós, sabemos muito bem de nossa responsabilidade para que um incêndio seja uma das últimas possibilidades em qualquer tipo de ambiente climatizado.

Mas o momento é bastante propício pra gente relembrar alguns cuidados essenciais a serem tomados num campo tão polêmico e delicado como este.

Tudo começa na hora da instalação, quando é fundamental examinar itens como fiação, tensão, potência dos aparelhos e perfil da rede elétrica existente. A espessura e o tamanho dos fios, por exemplo, devem variar de acordo com a capacidade do modelo instalado, sendo recomendável a instalação de disjuntores individuais e sempre na amperagem correta.

Depois, no dia a dia da operação, o recomendável é que se faça manutenção periodicamente, única forma de detectar problemas capazes de provocar um futuro curto-circuito, como é o caso do desgaste prematuro da proteção interna que todo aparelho possui contra esse tipo de acidente.

Além de serem óbvios e conhecidos há muito tempo, cuidados assim fazem parte da Lei 13.589/2018, que determina a obrigatoriedade do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) em todos os prédios públicos e privados onde haja a partir de 60 mil BTU/h instalados.