Choque térmico: mito ou realidade?
“Fecha essa geladeira, menino, você acabou de sair do chuveiro quente!” Quem de nós nunca ouviu a mãe, aflita, fazendo esse tipo de advertência? Afinal, sua avó deve também deve ter feito o mesmo com ela.
Intrigado com esse tipo de coisa, resolvi estudar um pouco mais o assunto, para saber se o nosso trabalho não estaria sendo cúmplice, indiretamente, do frio causador de doenças e, sabe Deus, até a morte de alguém.
Pois bem, acabei descobrindo que o chamado choque térmico só acontece mesmo em situações extremas.
A criança recém-saída do chuveiro apenas correria algum risco se fosse direto do chuveiro, usando apenas uma toalha, para um local onde estivesse geando. Quer dizer, as mudanças de temperatura causadoras de problemas são aquelas muito bruscas, algo fora do alcance de um simples refrigerador doméstico.
Mas, como em tudo na vida, há exceções. Pessoas com problemas cardíacos, asma e rinite devem evitar até mesmo contrastes pequenos, como o do exemplo da mãe zelosa.
E o ar-condicionado, como fica? Bem, a máxima consequência possível quando se troca rapidamente um ambiente aquecido por um gelado, e vice-versa, é a ocorrência de espirros, congestão nasal ou tosse, isto é, nada que se assemelhe a um choque térmico.
Por via das dúvidas, quando houver vários ambientes climatizados numa residência ou escritório, o negócio é equalizar as temperaturas dos evaporadores numa faixa entre 20 °C e 24 ºC, como forma de evitar reações orgânicas.
Esses parâmetros, inclusive, estão previstos na norma ISO 9241 e na NR-17, do Ministério do Trabalho, que também falam em velocidade de ar inferior a 0,75 m/s.