Saiba como fazer a troca de um compressor com inversor de frequência
O compressor de refrigeração é como o coração humano, bombeia o fluido refrigerante por todo sistema de refrigeração de acordo com o seu RPM (rotação por minuto) e deslocamento volumétrico por revolução (cc/rev). Fazendo essa analogia, o mesmo cuidado que temos com o coração humano para um transplante, devemos ter cuidado na troca de um compressor, ainda mais se tratando de compressores com inversor de frequência.
Mecanicamente falando, as mesmas boas práticas de refrigeração adotadas para qualquer compressor – seja ele alternativo, rotativo ou scroll – devem também ser adotadas para um compressor com inversor de frequência, também conhecido como VCC (Variable Capacity Compressor). Para nos explicar como realizar esse procedimento, falamos mais uma vez com o nosso colega Anderson Oliveira, professor e fundador do canal INTAC:
Compressor com inversor de frequência: opte pelo original
“É sempre recomendado que os componentes elétricos, placas eletrônicas, módulos sejam sempre originais e, se possível, da mesma marca e principalmente do mesmo valor de tensão e corrente elétrica” esclarece Anderson. “Dessa forma, evita-se qualquer desvio de funcionamento do compressor novo, em relação ao componente eletroeletrônico do compressor avariado”, acrescenta.
Lembre-se: os processos de recolhimento de fluido, pressurização, substituição do filtro secador, brasagem com presença de nitrogênio seco e testes de estanqueidade de acordo com os valores recomendados pelo fabricante devem ser seguidos à risca.
O professor ainda faz um alerta: “qualquer desvio de procedimento de substituição do compressor pode proporcionar perda de rendimento ou até mesmo avarias no compressor, mesmo sendo novo”.
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E o inversor?
O inversor é o componente eletroeletrônico que faz as variações de RPM e, consequentemente, cc/rev de acordo com as variáveis de temperaturas enviadas pelos sensores (geralmente NTC/PTC), conhecidas também como entradas analógicas. E se a proposta do compressor com inversor é modular sua capacidade de acordo com as variáveis de temperatura, não há como ele funcionar sem este componente
Na substituição do compressor com inversor, Oliveira afirma “não é aconselhável que se faça o que conhecemos como ‘partida direta’, ou seja, ignorar o inversor (módulo) e energizar o compressor diretamente na rede. Esse procedimento não é
recomendado pelo fabricante e pode sim ocasionar a sua queima”. Lembre-se que todos os compressores passam por setores de qualidade na linha de produção, onde são feitos todos os testes de acordo com normas nacionais e internacionais.
É preciso substituir o inversor (módulo)?
Se a rede elétrica do seu cliente estiver muito bem dimensionada, de acordo com a NBR5410, sem nenhum tipo de interferência com relação à parte eletrônica do sistema, é muito provável que o inversor (módulo) do compressor avariado esteja funcionando bem e provavelmente não será necessária sua troca. No entanto, é importante deixarmos claro que o fabricante do produto é quem tem um know-how para confirmar se há ou não a necessidade de fazer a troca do mesmo.
Por fim, Oliveira aconselha: “sempre utilize uma bomba de vácuo com o óleo em dia, vacuômetro e uma balança de precisão. A parte mecânica é tão predominante quanto os cuidados com os componentes eletroeletrônico”.
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