Cilindros, saiba como usá-los

Eles são nossos grandes companheiros, presentes em boa parte dos serviços executados no dia a dia. Mas, se usados indevidamente, os cilindros de fluidos refrigerantes podem ser responsáveis por serviços malfeitos e até mesmo acidentes.

Vamos, então, conferir alguns cuidados básicos existentes no seu manuseio.

A primeira coisa a ser lembrada é que os fluidos refrigerantes são líquidos e, como tal, podem se dilatar sob altas temperaturas, o que torna desaconselhável deixar os cilindros expostos ao sol, no interior de carros e em locais com temperatura superior a 50 ºC.

Na hora do envaze, eles não devem ser sobrecarregados, valendo como regra geral de segurança o preenchimento de no máximo 80% da capacidade indicada no rótulo do cilindro.

Para evitar falhas, enganos e contratempos, jamais misture diferentes tipos de fluidos refrigerantes num mesmo cilindro, muito menos utilize um recipiente rotulado com outra substância.

Evite ainda a prática de deslocar refrigerantes a baixas temperaturas de ebulição em cilindros previstos para conter refrigerantes a temperaturas mais altas.

Fique de olho, também, se o cilindro está livre de contaminação por óleo, ácido ou umidade, evitando assim problemas técnicos no equipamento que vai receber a carga. Aliás, vale aqui uma dica extra: mantendo fechada a válvula do cilindro vazio você impede a penetração de umidade.

Outra coisa muito importante é nunca reutilizar cilindros descartáveis, pois eles foram projetados para apenas um envaze e não possuem válvula de segurança.

Pronto, agora que você relembrou alguns dos principais cuidados envolvendo os cilindros de refrigerantes, é só sair em campo e realizar bons serviços utilizando melhor ainda esse nosso grande aliado.

Obrigado, Willis Carrier

Vale a pena conhecer um pouco melhor a história deste homem tão importante não só para nós, refrigeristas, como também para todos que utilizam o ar-condicionado no seu dia a dia.

Você sabia que a invenção de Willis Carrier começou a nascer em 1902, quando ele buscava uma solução para problemas de temperatura e umidade em lugares fechados?

Pois bem, o engenheiro esperava um trem em Pittsburgh, cidade da Pensilvânia até hoje conhecida como a mais chuvosa dos Estados Unidos.

Admirando aquele clima cheio de nevoeiro, ele perguntou a si mesmo: por que não empurrar o ar com água fria, fazer vapor e regular a quantidade de umidade do ambiente?

Essa ideia aparentemente simples e despretensiosa daria origem, em 17 de julho daquele mesmo ano, ao projeto do primeiro sistema de ar condicionado moderno. O equipamento foi instalado numa gráfica onde a umidade manchava o papel no verão.

Dessa forma, aos 25 anos de idade e apenas um ano depois de pegar o diploma da faculdade, Willis Carrier começava a colocar seu nome na lista dos grandes inventores do século 20, com nada menos que 80 patentes registradas.

Seu brilhantismo foi novamente demonstrado quando, em 1911, bolou a Fórmula Psicrométrica Racional, trabalho que acabaria se tornando a base de todos os cálculos fundamentais em condicionamento de ar.

Já a empresa com o seu nome, que até hoje é uma força mundial do setor, foi fundada juntamente com seis amigos no ano de 1915.

No começo, eles ainda cuidaram de sistemas para a indústria, mas em 1924 fizeram um monte de instalações para cinemas, levando, dois anos depois, o ar-condicionado também para as residências.

Até sua morte, em 1950, aos 73 anos de idade, a vida desse brilhante engenheiro foi uma vitória atrás da outra.

Por isso tudo vale a pena dar uma paradinha na próxima segunda-feira e render homenagem a alguém que, há 115 anos, revolucionou o tratamento do ar e abriu oportunidade de trabalho para tanta gente ao redor do mundo, mudando a indústria e a ciência para sempre.

Conhecimento, a principal ferramenta

Você sabe tanto quanto eu que trabalhar sempre bem equipado resulta em serviços mais eficientes e menos manutenções em garantia.

Multímetros e manômetros digitais e bons sistemas para a recolhimento e reciclagem de refrigerantes são exemplos de itens muito bem-vindos na maleta do bom profissional, assim como ferramentas manuais de primeira linha.

Enfim, hoje existe uma série de aparelhinhos maravilhosos para facilitar nossa vida, não é mesmo?

Veja o caso dos tablets e smartphones. Com eles, usamos a internet em campo para consultar manuais de fabricantes, emitir nota fiscal eletrônica, exportar relatórios e enviá-los por e-mail, além de ter acesso a muitas outras facilidades que estar on-line permite.

Numa pesquisa feita com colegas nossos lá nos EUA ficou demonstrado que outro grande sonho de consumo da galera é ter mais instrumentos eletrônicos de análise. A ideia é chegar ao local da obra e acessar arquivos com experiências anteriores para encontrar o diagnóstico certo logo de cara.

Igualmente desejada é a atualização tecnológica dos dispositivos já existentes. Os manômetros de porta dupla, por exemplo, além de verificar as leituras de delta T, no futuro deverão se integrar a todo o conjunto digital, já pensou?

No campo dos utensílios mais tradicionais, a pesquisa apontou necessidades como o surgimento de uma ferramenta melhor para reposicionar válvulas de acesso de refrigeração de ¼ de polegada (0,63 cm).

Mas para aproveitar bastante tantas novidades tecnológicas é fundamental a gente ser um profissional interessado, em busca constante de atualização e conhecimento.

Caso contrário, verdadeiras maravilhas tecnológicas correm o risco de ficar abandonadas no fundo da maleta, ou então serem simplesmente subutilizadas no dia a dia.


Ganhando o pão

Uma empresa dinâmica como a Frigelar atende diariamente em suas lojas profissionais dos mais diversos setores do HVAC-R.

É o caso de Diego Pessotti e Danilo Santana da Silva, da MM Foods, uma indústria paulistana de pães congelados que fornece sistemas para panificação, envolvendo desde os fornos até os equipamentos para congelamento desses alimentos.

Pelo menos duas vezes por semana, essa dupla passa pela loja da Alameda Glete, em São Paulo, a fim de se abastecer com válvulas Schrader, filtros secantes e capilares, entre outros itens, para manter os equipamentos, como refrigerador, que instalam em comodato nas lojas de seus clientes.

Com, respectivamente, dois anos e 10 meses de setor, Diego e Danilo estão animados com a demanda pelos seus serviços e das muitas possibilidades trazidas pelas áreas de refrigeração industrial e doméstica, sem falar na climatização, inclusive a automotiva.

“Por isso, estamos fazendo curso atrás de curso”, explica Danilo, no momento frequentando com Diego as aulas de refrigeração industrial do Centro Técnico de Refrigeração (CTR), escola profissionalizante localizada no centro da capital paulista.

O refrigerista Diego Pessotti também quer atuar na área de câmaras frigoríficas

A intenção dos dois jovens profissionais é logo atuar também com câmaras frias para congelados e resfriados, assim como na área de aquecimento.

Tanta motivação decorre do potencial de mercado já percebido por eles a partir do setor de panificação, sua prioridade atual, onde as grandes redes de super e hipermercados substituem cada vez mais o procedimento de “bater massa” pelo uso do pão congelado.

“Você põe [o pão congelado] no armário, espera crescer e assa”, resume Diego, lembrando que essa tarefa é facilitada por assadores automáticos, nos quais hoje é possível programar a temperatura e o tempo.

Essa tendência, no entender do profissional, pode se espalhar rapidamente pelas padarias de rua. “O padeiro que deixa de fazer pão francês ganha muito mais tempo livre para produzir roscas, catarinas e outros produtos”, exemplifica.


Seguindo de perto as tendências

Os refrigeristas precisam estar atentos para adaptar sua prestação de serviços à realidade do mercado.

Um bom exemplo dessa postura foi dado por Wellington Aparecido Bezerra, que começou a trabalhar com linha branca em 2005 e, nos últimos cinco anos, deu uma guinada na rota de sua empresa, a Samafrio, de São Bernardo do Campo (SP).

“A demanda por instalação de split aumentou muito, o que fez a gente se especializar nessa área, atendendo indústrias e residências em geral”, explica o empreendedor.

Segundo Wellington, a própria crise econômica trouxe um novo nicho a ser explorado, pois várias empresas remanejaram seus galpões e outras dependências, requerendo os serviços de desinstalação e instalação de ar-condicionado.

Outra tendência positiva, no seu entender, fica por conta da entrega de um grande número de empreendimentos imobiliários. “O pessoal vai mudar e precisa deixar toda a parte de infraestrutura pronta”, comemora.

Mas, além de reagir aos diferentes movimentos do mercado, esse cliente assíduo da Frigelar acha necessário driblar certas dificuldades para o sucesso no seu dia a dia.

Um deles é a falta de previsão, nos projetos arquitetônicos, do espaço dedicado à climatização.

“Os arquitetos pensam em tudo, mas nunca no ar-condicionado. Aí, na hora da instalação, é aquela briga, porque tem que ter a estética. É, realmente, um desafio”, lamenta.


Todos ganham com serviço bem-feito

Cliente assíduo da Frigelar, Diego Delgado é um especialista convicto em refrigeração doméstica e comercial, áreas em que atua há três anos, após passar mais de 20 trabalhando em outros segmentos da manutenção.

“Escolhi as geladeiras e os balcões refrigerados porque são produtos sem os quais o cliente não fica. Por isso, sempre tem serviço nessa área”, afirma ele, ao explicar sua opção profissional.

Segundo Delgado, boa parte do mercado atual é composto por clientes que acabaram se decepcionando com aquele “técnico da família”, que há 30 anos atende a casa, mas nem sempre tratou de se atualizar.

“Hoje em dia os equipamentos, principalmente de refrigeração, estão muito avançados, tem muita tecnologia eletrônica e sem o mínimo de conhecimento fica impossível fazer o conserto”, observa.

No segmento de ar-condicionado, no qual até aqui Diego optou por não atuar, ele identifica problemas provocados pela existência de técnicos mal preparados, muitos deles pedreiros e eletricistas, “e todo mundo consulta o You Tube, onde tem um monte de aulas fajutas”.

Outro ponto que chama sua atenção nessa área é a pressa com que os serviços são prestados por muitos refrigeristas.

“Com a crise, muita gente tenta fazer duas instalações por dia para ganhar mais. Mas um trabalho bem-feito ocupa período integral e, muitas vezes, se estende pelo dia seguinte”, constata.

Por essas e outras, ele aconselha que um trabalho seja concluído da melhor forma possível, independentemente do tempo necessário.

“Pode demorar uma hora, meia hora, um dia, mas faça bem-feito, porque o seu ganho está no serviço executado da forma correta, e se você tiver de voltar para refazer, vai tomar prejuízo na certa”, arremata.


Saiba a potência ideal do ar-condicionado

Você sabe indicar ao seu cliente a potência ideal do ar-condicionado, conforme as características do ambiente?

Pois bem, existe uma fórmula bastante simples para essa escolha tão importante para o sucesso de sua instalação. Você também pode usar a calculadora de BTUs de ar-condicionado.

Primeiramente, o total de metros quadrados do cômodo deve ser multiplicado por 600 BTUs, o mesmo se aplicando a cada pessoa adicional (a primeira não conta) que frequente o local.

Também deve-se considerar nesse cálculo a quantidade de equipamentos eletrônicos, somando os mesmos 600 BTUs por aparelho existente.

Imagine como exemplo uma sala de 15 metros quadrados, frequentada por 3 pessoas e onde funcionem 3 computadores.

O cálculo seria este: 600 x 15 (área) = 9.000 + 1.200 (2 pessoas, já que a primeira não conta) + 1.800 (computadores) = 12.000 BTUs.

Mas fique esperto, se bater sol diretamente no imóvel, use como referência 800 BTUs, e não 600 BTUs, em cada cálculo.

Lembre-se ainda que é uma péssima ideia indicar para os seus clientes aparelhos abaixo da potência correta.

Essa prática é famosa por aumentar os custos com manutenção e consumo de energia elétrica, uma vez que o aparelho vai funcionar o tempo todo com sua capacidade máxima para tentar chegar à temperatura desejada.


A essencial limpeza dos filtros

Limpar periodicamente os filtros do ar-condicionado é uma providência vital para o bom funcionamento do aparelho, economia de energia elétrica e, principalmente, manter a saúde dos frequentadores do ambiente.

Quando eles estão sujos o ar não circula como deveria, o que exige maior esforço do compressor para chegar à temperatura desejada. Além de aumentar a conta de luz, isto diminui a vida útil do condicionador.

Sem falar que toda a sujeira acumulada no filtro é transferida para o recinto, podendo resultar em doenças alérgicas e respiratórias.

Por tudo isso, sempre que terminar uma instalação você pode ensinar o cliente a realizar ele próprio essa tarefa bastante simples, mas de fundamental importância.

Vamos relembrar, então, como fazer essa limpeza?

Primeiramente, deve-se abrir com cuidado o painel frontal para ter acesso aos filtros de nylon.

Depois, segurar no puxador de cada um dos dois filtros e levantá-los um pouco, para desencaixá-los do suporte.

Vale lembrar: o aparelho deve ser mantido desligado durante toda a operação.

Se o modelo tiver filtro de carvão ativado (lado esquerdo) ou filtro Hepa (lado direito), eles devem ser retirados antes da limpeza dos filtros de nylon e ser higienizados com aspirador de pó, ou então ser substituídos.

Lembre-se, a limpeza desses filtros deve ser mensal e a troca é recomendável a cada quatro ou cinco meses.

Voltando aos filtros de nylon, após sua retirada eles devem ser lavados com água morna (nunca acima de 40 ºC) ou fria, sendo limpos com a ajuda de uma escova e sabão neutro, se necessário.

Finalmente, chega a hora de enxugá-los bem à sombra, com a reinstalação sendo feita no compartimento do condicionador.

Pronto, é só fechar o painel frontal e utilizar o ar-condicionado normalmente, agora com a certeza de que ele está funcionando melhor e preservando a saúde de todos à sua volta.


Por que o ar-condicionado inverter economiza energia?

É muito comum ouvir-se no mercado que, embora custe um pouco mais e exija manutenção com mão de obra especializada, o split inverter acaba ganhando do ar-condicionado convencional, sobretudo por causa da economia na conta de luz.

Mas você sabe por que isso acontece?

Na verdade, a explicação é bem simples. A diferença está na forma como trabalha o compressor.

Ao ligar o split comum o equipamento funciona para atingir a temperatura desejada e desliga quando isso ocorre, passando a ligar novamente, em potência máxima, sempre que o calor do ambiente volta a aumentar. É nesses picos de energia que as lâmpadas do local até oscilam levemente.

Já no inverter o compressor opera de forma contínua, mantendo-se em rotação muito baixa, apenas para manter o ambiente resfriado, quando chega à temperatura desejada e vai aumentando gradativamente sua velocidade se o termômetro subir.

E onde entra a economia de energia? É fácil de entender. Como o maior consumo do compressor acontece no momento do arranque, o split inverter consome menos, pois não trabalha no constante liga-desliga do aparelho tradicional, característica importante também para uma maior vida útil da máquina.

Bem, agora você já pode orientar melhor seu cliente quando ele questionar qual o aparelho seria mais vantajoso para manter o ambiente climatizado, sem levar às alturas o gasto mensal com energia elétrica.