Quando usar lubrificantes sintéticos?

Depois de anos e anos aplicando os óleos minerais nos sistemas do refrigerador e ar-condicionado, é normal que alguns dos nossos colegas refrigeristas ainda tenham um certo receio de adotar a nova geração de lubrificantes.

Além disso, nem sempre o compressor do sistema permite a troca do óleo mineral para o sintético, sendo fundamental seguir a recomendação do fabricante para não perder a garantia, nem ter um desgaste excessivo de componentes.

Outro fiel da balança nessa escolha tão importante é a viscosidade do óleo, já que os padrões de trabalho de um compressor podem exigir mais ou menos atrito, dependendo do modelo.

Agora, quando todos os fatores são favoráveis ao uso do sintético, especialistas no assunto apontam uma série de vantagens nessa troca, incluindo menor custo de manutenção, maior vida útil do compressor, eficiência energética ampliada, melhor performance e maiores miscibilidade e solubilidade.

Primeiramente, vale lembrar que existem hoje no mercado quatro famílias principais de óleos com base sintética: alquilbenzeno (AB), polialquileno glicol (PAG), polialfaolefina (PAO) e poliol éster (POE).

Qual deles usar é uma decisão que depende do modelo de compressor e do fluido refrigerante utilizado no sistema.

O AB, por exemplo, aplica-se muito bem em instalações com clorofluorcarbonos (CFCs); hidroclorofluorcabonos (HCFCs); amônia R-717) e hidrocarbonetos (HCs). Seus benefícios compreendem altos índices de miscibilidade e estabilidade térmica; baixa formação de espuma e melhores oxibilidade e oxidação, assim como baixo ponto de floculação e melhor retorno de óleo.

O POE, por sua vez, é indicado para equipamentos que utilizam hidrofluorcarbonos (HFCs) como o R134a e o dióxido de carbono (R-744). A exemplo dos demais sintéticos, ele é química e termicamente estável, proporciona desempenho operacional mais limpo e proteção superior contra desgaste entre as superfícies de contato, o que prolonga a vida útil e a eficiência do sistema.

Já o PAG tem como destaque a alta miscibilidade com o R-134a, podendo também ser usado com o R-744. Em ambos os casos, apresenta lubricidade superior quando comparado a outros sintéticos e aos óleos minerais de uma forma geral, resultando em redução dos períodos de inatividade e custos de manutenção.

Pois bem, prometo ficar de olho nesse assunto e trazer pra vocês mais novidades da área, assim que a indústria de lubrificantes apresentar mais lançamentos.