O quarteto fantástico do HVAC-R

Vamos exercitar hoje o lado sala de aula do nosso blog para relembrar um dos conceitos elementares do nosso setor: os quatro componentes básicos de um circuito de refrigeração.

Um deles, como você sabe, é o evaporador. Ele recebe o ar quente soprado do meio ambiente, e que é absorvido pelo refrigerante antes de ser ejetado em outro ponto do sistema.

Há também o condensador, componente que ao invés de absorver a alta temperatura a rejeita, por meio de uma enorme transferência de calor ocorrida quando o refrigerante muda do estado líquido para o gasoso.

Já o dispositivo de expansão, seja ele uma válvula de expansão ou um tubo capilar, tem a função de reduzir a pressão do líquido, ao forçá-lo através de um bocal ou pequena abertura.

Quando se diminui a pressão do refrigerante, permite-se que ele entre em ebulição à temperatura mais baixa. Para facilitar esse processo, o dispositivo de medição muda a corrente do líquido para uma densa nuvem de gotículas, antes de sua entrada no evaporador.

E onde entra o compressor nisso tudo? Bem, a função principal dele é permitir que o calor contido no refrigerante seja exposto a temperaturas ambiente relativamente mais frias, única forma de ser removido.

Considerando que o ar exterior tem 35 ºC ou mais, é importante aumentar bastante a temperatura do refrigerante, e o compressor pode fazer isso ao subir a pressão na mesma proporção do calor do lado de fora.

Lubrificação correta, sempre uma boa prática

Com tantos fluidos refrigerantes que hoje existem por aí, a gente às vezes fica na dúvida sobre o lubrificante certo a ser colocado em cada sistema.

Dar mancada nessa parte do serviço pode causar danos graves ao compressor, por causa da formação de ácidos, corrosão, lubrificação insuficiente e carbonização do óleo, por exemplo.

Na tabela a seguir, preparada pelos nossos amigos da Embraco, você confere a compatibilidade que existe entre diferentes tipos de refrigerantes e óleos:

* HFCs utilizados para a substituição de HCFCs em retrofits operam melhor com o poliol éster (POE), mas foram projetados para uso também com óleos minerais e alquilbenzeno

Escolhido o lubrificante ideal – o que não depende da marca, mas sim a especificação necessária – chega a hora de observar dois aspectos igualmente importantes neste campo: a viscosidade e a carga correta.

Com relação ao primeiro aspecto, quanto mais viscoso e espesso for o óleo, maior lubrificação ele proporciona, sobretudo nas partes onde há folga, mas acaba, em contrapartida, acarretando um consumo igualmente superior de energia elétrica.

Por isso, a tendência dos compressores é trabalhar de forma eficiente com os lubrificantes menos viscosos, visando justamente a economia nos sistemas de HVAC-R.

Já no tocante à quantidade ideal de óleo a colocar, não se deve completar a carga de um compressor novo, pois cada modelo sai de fábrica com o volume exato de lubrificante necessário.

No caso das manutenções preventivas e corretivas, a carga jamais pode ser acima ou abaixo do especificado, para evitar gasto adicional de energia e desgaste de peças.

Finalmente, na hora de trocar o compressor, é muito importante fazer uma limpeza completa do sistema para evitar a mistura do óleo novo com o antigo.

Muito bem, observando esses cuidados todos, é muito difícil que lubrificação venha a ser a causa de quebras e paralisações em suas obras.