Centro de regeneração de refrigerantes da Frigelar recebe cromatógrafo

Para gerenciar o uso de gases contaminados e nocivos à camada de ozônio em aparelhos refrigeradores, os centros de regeneração e armazenagem (CRAs) do Brasil estão recebendo cromatógrafos gasosos, equipamentos capazes de avaliar a pureza dos fluidos refrigerantes contaminados que passam pelo processo de regeneração.

A medida se dá no âmbito do Projeto de Gerenciamento e Destinação Final de Substâncias Destruidoras de Ozônio (SDOs), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e executado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Um dos CRAs que têm apoio dessa iniciativa funciona na filial de Osasco (SP) da Frigelar. Segundo a empresa, quando um fluido refrigerante regenerado é aprovado no teste realizado pelo cromatógrafo, ele pode voltar a ser comercializado como gás puro e de uso seguro nos equipamentos dos clientes.

Entre as substâncias que estão sendo regeneradas e testadas no CRA da Frigelar estão os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), gases utilizados refrigeradores e outros equipamentos de refrigeração comercial.

Óleo, umidade e impurezas estão entre os contaminantes encontrados nos gases que perdem a capacidade de uso. Esse material é recolhido, por exemplo, em segmentos como os de supermercados, que usam HCFCs em expositores frigoríficos de alimentos.

Após a chegada aos CRAs, eles passam pela regeneração em processo específico e, após a avaliação de pureza no laboratório, podem ser comercializados novamente.

O gerente da divisão de fluidos refrigerantes da Frigelar, Carlos Logli, ressalta a eficiência do equipamento para a avaliação dos gases regenerados.

“Um dos grandes problemas que enfrentamos são os fluidos de baixa qualidade. Agora, a gente pode certificar que o produto tem procedência e qualidade na pureza, que é um dos fatores principais para termos um produto adequado ao mercado”, afirma.

O apoio do projeto à montagem do laboratório foi classificado por Logli como extremamente positivo, por propiciar mecanismos de certificação do trabalho do CRA.

“O projeto é fundamental para dar consistência ao nosso trabalho e mostrar para o cliente final que ele está comprando um produto de qualidade”, destaca.

Centro de distribuição da Frigelar em Osasco (SP), onde também funciona o Centro de Regeneração e Armazenagem (CRA) de fluidos refrigerantes da empresa

Destinação final adequada

Os CRAs foram estabelecidos por meio de seleção realizada, em 2016, no âmbito do projeto. De acordo com a assessora técnica do Pnud, Raquel Rocha, além de recuperar gases contaminados, os centros funcionam como gerenciadores desses resíduos, já que armazenam os fluidos que não são passíveis de regeneração e devem ser encaminhados para a destinação final.

O gerenciamento e a destinação final de SDOs devem ser compartilhados por todos os agentes envolvidos com o ciclo de vida do produto, conforme o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

“Essa cadeia envolve fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, consumidores e outros. É responsabilidade de todos proteger o meio ambiente”, explica Rocha.

As atividades dos CRAs incluem, além da regeneração e reciclagem de fluidos, a identificação dos fluidos, o armazenamento temporário das SDOs e a destinação final, em locais ambientalmente adequados.

O projeto já contribuiu com o aumento de capacidade de armazenamento dos CRAs e o fornecimento de todos os equipamentos analíticos, reagentes e vidrarias para laboratório, para a realização de análises conforme a AHRI 700.

Em breve, o projeto passará a atuar na a logística necessária para o transporte dos resíduos inventariados e armazenados em cada CRA brasileiro para uma unidade de incineração, onde ocorrerá a destinação final adequada dos fluidos não passíveis de regeneração.

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Como descartar corretamente geladeiras e compressores

A responsabilidade ambiental de todos nós, refrigeristas, não se limita ao recolhimento e à correta destinação dos fluidos refrigerantes a cada manutenção realizada.

O descarte de refrigeradores e compressores, por exemplo, também requer atenção especial para evitar danos ao meio ambiente, que podem perdurar anos a fio após o término de suas vidas úteis.

Esses problemas ocorrem em virtude da liberação de substâncias como metais pesados e gases prejudiciais às plantas, animais e aos seres humanos, é claro.

No caso dos refrigeradores, existem mais de 600 componentes, sendo que 95% deles são passíveis de reciclagem, podendo retornar à indústria como insumos. Os poucos inutilizáveis devem ser encaminhados à destinação final de resíduos, conforme prevê a NBR 15833.

Além disso, grandes varejistas de eletrodomésticos aceitam equipamentos em bom estado como parte do pagamento na compra de um novo aparelho.

Já os compressores, embora possuam menos elementos, apresentam um aspecto a mais a ser observado: o perigo provocado pelo vazamento de óleo durante o transporte. O problema pode ser resolvido com a lacração dos passadores por refrigeristas ou empresas especializadas.

Outra ameaça constante é o escape para a atmosfera de fluidos refrigerantes, o que pode perfeitamente ser evitado com o recolhimento, feito sempre por um especialista e com o ferramental correto, antes que todo o conjunto seja encaminhado para descarte.

E por falar em fluidos refrigerantes, a área de meio ambiente da Frigelar presta consultoria e treinamento para gestão de sistemas de refrigeração e climatização, com foco na preservação ambiental.

A empresa possui um dos principais centros de regeneração do Brasil, com autorização do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para realizar a logística e os procedimentos de limpeza de embalagens, transvasagem e armazenagem de todos os tipos CFCs, HCFCs e HFCs.

Esse centro de regeneração atende a todas leis e normas do setor vigentes (Conama 267 e ISO 14000), fornecendo assim as documentações necessárias para cumprimento das exigências ambientais.

Fugas de refrigerantes: saiba como detectar

A maior parte das substâncias que agravam o efeito estufa ou agridem a camada de ozônio chega à atmosfera por causa de vazamentos nos sistemas de refrigeração.

O pior é que 95% das prestadoras de serviço da área não seguem nenhum procedimento padronizado de manutenção preventiva no campo dos refrigeradores.

Para se ter uma ideia da gravidade do assunto, os vazamentos de fluidos refrigerantes representam 45% das emissões de CO2 de uma das maiores redes de supermercados do País.

A taxa média anual de vazamentos de fluidos frigoríficos no varejo brasileiro, porém, chega a 102% ao ano.

Por tudo isso eu escolhi este assunto para o nosso bate-papo de hoje.

Certamente, você já conhece vários métodos para detectar vazamentos. Os mais comuns são tochas de haleto, solução de bolhas, detector de vazamento ultrassônico, detector de vazamento eletrônico portátil de mão e contraste fluorescente.

Pois é justamente desta última modalidade que eu vou falar.

Basicamente, a gente injeta uma substância no sistema e depois, com uma lâmpada ultravioleta (UV), verifica todos os pontos suspeitos. Onde houver vazamento a ser eliminado, aparece um brilho característico.

As vantagens desse sistema incluem permitir encontrar as fontes exatas de vários vazamentos – inclusive os intermitentes –, busca segura até mesmo perto de peças móveis e rapidez na detecção.

Mas é importante se certificar da qualidade do contraste fluorescente utilizado. Primeiro, veja se ele foi aprovado pelo fabricante do equipamento, pois assim não há risco de perder a garantia.

Se ele for concentrado, melhor, pois isto diminui a quantidade de produto necessária.

Por fim, veja se o líquido é livre de co-solventes, pois assim diminui bastante a possibilidade de problemas de compatibilidade.

Já o contraste à base de solvente pode prejudicar as propriedades do lubrificante, ocasionando menores viscosidade e lubricidade.

Há ainda as cápsulas de contraste injetadas em dose única no refrigerante, com diferentes tamanhos e concentrações, de acordo com a capacidade do sistema.

Os microvazamentos, por sua vez, requerem procedimentos especiais. Neles podem ser aplicados os chamados tapa fugas, que formam uma crosta nos pontos dos sistemas onde houver uma queda significativa de pressão e temperatura.

Os diferenciais dessa tecnologia incluem a proteção contra vazamentos futuros e a possibilidade de ser usado até mesmo com o sistema funcionando.

Agora que você reciclou seus conhecimentos na área de detecção e combate a vazamentos, mãos à obra, pois seu cliente e o meio ambiente merecem essa atenção.