Ar automotivo, prepare-se para o novo fluido

Os colegas que trabalham na climatização automotiva, segmento que não para de crescer no Brasil, precisam ficar atentos com relação a uma mudança que começou em 2011, na Europa, e logo estará na vida de todos.

Quem alerta é o instrutor de formação profissional da Escola Senai “Oscar Rodrigues Alves”, Geraldo Arantes Filho, que atua há mais de 25 anos como docente da instituição e é coautor do livro Climatização Automotiva, da Editora Sesi Senai-SP.

Segundo o especialista, naquele ano, os carros começaram a ser fabricados utilizando a hidrofluorolefina (HFO) R-1234yf em substituição ao hidrofluorcarbono (HFC) R-134a, por ser uma substância menos impactante no aquecimento global.

Agora, sete anos depois, boa parte daquela frota está prestes a entrar em manutenção, o que requer preparo especial por parte dos profissionais e oficinas especializadas na área.

Para quem trabalha por conta própria, um cuidado adicional recomendado envolve a aquisição de novos engates rápidos para as mangueiras, que passaram a ser totalmente diferentes.

A recicladora também mudou, pois agora requer um sistema interno de ventilação, devido ao fato de o HFO-1234yf possuir baixa inflamabilidade, conforme a classificação de segurança Ashrae 32-94 e ISO 817:2014.

Outra mudança envolve a pressão de trabalho, podendo variar de 36 a 46 psi, sendo superior à alcançada pelo R-134a. “Na prática, o sistema de climatização deverá resfriar mais rápido, mesmo o carro estando sob sol forte”, explica o professor Geraldo.

Quanto ao óleo, ele lembra que o ideal é usar o lubrificante adequado, que pode ser aplicado tanto em sistemas com o R-134a, quanto nos que já utilizam o novo refrigerante.

A grande mensagem que fica é a necessidade urgente de atualização empresarial e profissional, “pois começarão a entrar serviços especializados, com carros mais novos, e quem estiver sem ferramental adequado não vai conseguir atender a esse público”, arremata.

As vantagens do carro climatizado

Como você sabe, é bastante conhecido em nosso setor o papel importante do ar-condicionado automotivo para estimular o uso de outros tipos de sistema.

O motivo para isso é muito simples. Ao contar com esse conforto enquanto dirige, a pessoa se acostuma tanto com ele que passa a adquirir condicionadores para a casa e o local de trabalho.

Mas quais seriam os argumentos para convencer alguém a ter seu carro climatizado?

Bem, nessa hora não faltam boas razões, até mesmo sem manter relação direta com o desejo de se deixar o frio ou o calor excessivo do lado de fora.

A primeira delas é a questão da segurança, pois circular com os vidros fechados é uma defesa a mais contra os assaltos nos semáforos e a inconveniência de vendedores e panfleteiros.

Para quem coloca a economia em primeiro lugar, os equipamentos desse tipo também são mão na roda, já que o arraste causado pelo vento, no caso de vidros abertos, acaba aumentando o gasto de combustível ao se atingir os 80 km/h.

Além disso, o avanço tecnológico trouxe ao mercado compressores cada vez mais eficientes e que não prejudicam o desempenho do motor, ao contrário do que acontecia antigamente.

Não se pode negar também o efeito positivo do ar-condicionado na qualidade de vida de motoristas e passageiros. Juntamente com o conforto térmico, eles ganham os benefícios de transitar sem barulho e respirando um ar livre de poluição.

Colocando tudo isso na balança, fica difícil alguém ainda dizer que ar-condicionado automotivo é um luxo, principalmente se o carro for uma ferramenta de trabalho no seu dia a dia.