Por que o preço do fluido refrigerante subiu tanto?
A crise das commodities pegou em cheio o mercado de gás refrigerante. Em 2020, o aumento registrado no custo do fluido responsável por fazer a troca do ar quente pelo frio chegou a 250%. Isso porque a China — maior exportador global de fluorquímicos — enfrenta a escassez de matérias-primas em diversos segmentos. Mas existem outros fatores que contribuem para a escalada dos preços.
Continue com o Blog do Seu Paschoal para entender por que a elevação generalizada do principal composto para equipamentos de refrigeração e ar condicionado vem assustando profissionais da indústria:
Três motivos para a escalada de preços
Por conta da pandemia de covid-19, a importação de fluidos refrigerantes apresentou uma queda de até 30%. Um dos motivos para isso é o aumento significativo do custo do frete internacional, segundo Paulo Neulaender, diretor de marketing e comunicação da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava). “A logística de embarque e desembarque de contêineres foi afetada diretamente pela pandemia. A reposição ficou em segundo plano, e o foco migrou para o estoque local.”
Para ajudar no entendimento sobre o tema, o representante da entidade elencou três pontos importantes que levaram à disparada dos preços. Confira:
1. Gargalos de logística
Surtos de Covid-19 são alguns dos motivos pelos quais o embarque de cargas foi reduzido. O fechamento de portos por conta do tufão Chanthu, na China, também impactou a capacidade de transporte marítimo. Para se ter ideia, o custo de embarque de um contêiner saltou de US$ 2,5 mil para cerca de US$ 20 mil. A diferença no valor corresponde a um reajuste de quase 500%.
2. Escassez de matérias-primas
Diferentes matérias-primas utilizadas para a fabricação dos hidrofluorcarbonos (HFCs) estão em falta no continente asiático. Entre elas, o R-404A, utilizado no setor de supermercado e transporte frigorificado; e o R-401A, essencial para o funcionamento de aparelhos split. Dependendo da natureza do fluido, a alta nos preços pode chegar a 250%.
3. Concorrência com os Estados Unidos
No início de 2019, mais de 100 países ratificaram a chamada Emenda de Kigali, que inclui os HFCs entre os gases a serem abandonados pela indústria. Embora não causem danos à camada de ozônio, eles são poderosos agentes de efeito estufa. Mas o que isso tem a ver com a alta nos preços observada em 2020?
Quando o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou o complemento do Protocolo de Montreal, a importação desses produtos já havia entrado em estado de congelamento. Por
consequência, o país manteve um estoque menor do que precisava. A saída foi começar a adquirir os HFCs da China. E o poder de compra dos americanos é maior do que o do Brasil.
Quando os preços do gás refrigerante voltarão ao normal
Embora não descarte a possibilidade de haver uma redução parcial no valor do refrigerante, Neulaender acredita que a recuperação do mercado pode levar até cinco anos. Para o executivo da Abrava, a dica é promover uma gestão adequada do estoque local. Isso não significa encomendar remessas enormes — tendo em vista que a commodity pode ter uma baixa momentânea de 10% a 20%, por exemplo.
Da mesma forma, Neulaender lembra que trabalhar com uma reserva inteligente é uma maneira de evitar a dependência do fornecedor de fluido refrigerante. “Tanto a primavera quanto o verão serão caros. É preciso se preparar para esse momento”, sugere. Ainda, vale destacar que 2022 tende a continuar apresentando instabilidades por conta das eleições presidenciais no Brasil. Mais um motivo para não deixar nenhum detalhe escapar da ponta do lápis.
Ao adotar uma abordagem crítica sobre a situação dos gases, o acompanhamento mensal do estoque tende a ganhar muito. Como resultado, evita-se excessos que podem pesar no bolso mais para frente. “Se não houvesse a consciência de tomar cuidado com o controle da mercadoria, o mercado já teria parado há muito tempo. É importante tirar um pouco desse peso. A culpa não é interna, não é nossa. É um fator mundial”, acrescenta.
O que fazer para economizar o composto
Uma boa alternativa para reduzir o consumo do fluido refrigerante é assegurar a manutenção preventiva do equipamento de climatização. A verificação de pontos de vazamento e a limpeza dos condensadores são duas formas de minimizar o desperdício do componente. Havendo necessidade de compra de gás, também é possível consultar centrais de regeneração especializadas na recuperação do produto químico.
Em meio a um momento de incerteza, qualquer medida para reduzir o impacto financeiro na operação dos refrigeristas é bem-vinda. E a Frigelar pode ajudá-lo a traçar uma estratégia adequada para a necessidade do seu negócio. Fale conosco