Lubrificação correta, sempre uma boa prática

Com tantos fluidos refrigerantes que hoje existem por aí, a gente às vezes fica na dúvida sobre o lubrificante certo a ser colocado em cada sistema.

Dar mancada nessa parte do serviço pode causar danos graves ao compressor, por causa da formação de ácidos, corrosão, lubrificação insuficiente e carbonização do óleo, por exemplo.

Na tabela a seguir, preparada pelos nossos amigos da Embraco, você confere a compatibilidade que existe entre diferentes tipos de refrigerantes e óleos:

* HFCs utilizados para a substituição de HCFCs em retrofits operam melhor com o poliol éster (POE), mas foram projetados para uso também com óleos minerais e alquilbenzeno

Escolhido o lubrificante ideal – o que não depende da marca, mas sim a especificação necessária – chega a hora de observar dois aspectos igualmente importantes neste campo: a viscosidade e a carga correta.

Com relação ao primeiro aspecto, quanto mais viscoso e espesso for o óleo, maior lubrificação ele proporciona, sobretudo nas partes onde há folga, mas acaba, em contrapartida, acarretando um consumo igualmente superior de energia elétrica.

Por isso, a tendência dos compressores é trabalhar de forma eficiente com os lubrificantes menos viscosos, visando justamente a economia nos sistemas de HVAC-R.

Já no tocante à quantidade ideal de óleo a colocar, não se deve completar a carga de um compressor novo, pois cada modelo sai de fábrica com o volume exato de lubrificante necessário.

No caso das manutenções preventivas e corretivas, a carga jamais pode ser acima ou abaixo do especificado, para evitar gasto adicional de energia e desgaste de peças.

Finalmente, na hora de trocar o compressor, é muito importante fazer uma limpeza completa do sistema para evitar a mistura do óleo novo com o antigo.

Muito bem, observando esses cuidados todos, é muito difícil que lubrificação venha a ser a causa de quebras e paralisações em suas obras.

Acerte no óleo lubrificante

Com a grande variedade de fluidos refrigerantes hoje disponíveis no mercado, é importante saber o óleo lubrificante indicado para cada um, a fim de evitar problemas como a formação de ácidos, corrosão, lubrificação insuficiente e carbonização do óleo.

No caso dos HCFCs (R-22, R-401A/B, R-402A/B, R-403B, R-408A/B e R-409A/B), deve-se usar apenas óleo mineral (OM) ou alquilbezeno (AB).

Se o fluido do sistema for um HFC (R-134a, R-404A, R-407A/C/F, R-410A e R-507A), a indicação é o uso do sintético poliol éster (POE).

Já em se tratando de HFCs aplicados em retrofits substituindo HCFCs (R-417A, R-422A/D, R-424A, R-427A, R-428A, R-434A, R-437A, R-438A), pode-se adotar tanto o óleo mineral quando o alquilbenzeno e o poliol éster.

Em compensação, num sistema com CO2 (R-744), as opções são os sintéticos poliol éster e polialquileno glicol (PAG).

Finalmente, os hidrocarbonetos R-290 e R-600a aceitam óleo mineral, alquilbenzeno e poliol éster.

Vale lembrar que o óleo a ser usado com amônia (R-717) depende do sistema, devendo ser estudado caso a caso.

Bem, agora que você já conhece melhor os óleos indicados para cada diferente refrigerante, vale a pena saber um pouco mais sobre carga e viscosidade.

No primeiro caso, o grande cuidado a tomar se refere à quantidade, que não pode ser maior nem menor que a especificada, pois o excesso causa problemas em vários componentes, gasto adicional de energia e desgastes, estes últimos também ocorrendo quando há falta de óleo no sistema.

Com relação à viscosidade, ela é indicada pelo número que acompanha a categoria do lubrificante. Um produto ISO 22 é menos viscoso que um de ISO 32, por exemplo.

Normalmente, os óleos com maior viscosidade oferecem uma ótima lubrificação, mas gastam mais energia por provocar uma resistência maior, sendo mais indicados para equipamentos que possuem mais folga entre as partes.

As novas gerações de compressores, de alta performance, utilizam óleos com viscosidade cada vez menor, pois são os que apresentam os melhores resultados em lubrificação e eficiência energética.

Além disso, o uso do lubrificante correto, segundo especialistas da área, pode gerar uma economia de até 5% no consumo de energia elétrica.

E nunca se esqueça: em caso de dúvida sobre qual óleo deve ser usado num determinado circuito frigorífico, consulte o fabricante do compressor.

Óleo sintético, quando usar?

Você já deve ter feito essa pergunta na hora de abastecer um sistema com lubrificante.

Na verdade, todos nós estamos acostumados com os óleos minerais, mas há diversos casos em que é possível e vale a pena utilizar os sintéticos.

As primeiras duas coisas a analisar são o modelo do compressor e o fluido refrigerante utilizado. Essas variáveis vão apontar qual dos quatro tipos de lubrificantes de base sintética disponíveis no mercado poderá ser aplicado: alquilbenzeno (AB), polialquileno glicol (PAG), polialfaolefina (PAO) ou poliol éster (POE).

As vantagens que os fabricantes da área apontam em comparação aos lubrificantes minerais incluem menor custo de manutenção, aumento da vida útil do compressor, eficiência energética, melhor performance e maiores miscibilidade e solubilidade.

Além disso, eles são química e termicamente estáveis, o que permite desempenho operacional mais limpo e proteção contra desgaste entre as superfícies de contato, prolongando a vida e a eficiência do sistema.

Também vale lembrar que os lubrificantes sintéticos, de uma forma geral, são miscíveis em todas as faixas de temperatura dos sistemas frigoríficos comerciais e industriais.

Opções

O POE é um exemplo típico de óleo sintético que pode ser aplicado em sistemas com fluidos refrigerantes atuais, caso dos hidrofluorcarbonos (HFCs) como o R-134a e do dióxido de carbono (R-744).

Outro composto do gênero bastante utilizado é o AB, aplicado em compressores de refrigeração, bombas de calor e aparelhos de ar-condicionado com os clorofluorcarbonos (CFCs), hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), amônia (R-717) e hidrocarbonetos (HCs).

O AB tem ainda altos índices de miscibilidade e estabilidade térmica, baixa formação de espuma e as melhores oxibilidade e oxidação. Além disso, facilita o retorno do óleo, com baixo ponto de floculação.

Já o PAG promete alta miscibilidade com o R-134a, podendo ser usado também com o R-744. Sua lubricidade supera a das tecnologias sintéticas alternativas e dos óleos minerais. O índice de viscosidade e a estabilidade química, térmica e hidrolítica do PAG reduz o tempo de inatividade e os custos de manutenção.

Bem, estas são algumas dicas, mas lembre-se de consultar sempre o manual ou diretamente o fabricante do compressor quando tiver dúvidas nesta área tão importante para o bom funcionamento de uma instalação.