Fluidos refrigerantes: por que recolher, reciclar e regenerar?

Todo profissional consciente sabe o quanto é grave liberar na atmosfera fluidos refrigerantes agressivos à camada de ozônio ou que tenham potencial de contribuir para o aquecimento global.

Trabalhar de forma ambientalmente responsável requer o conhecimento de três operações básicas para as quais precisamos estar preparados.

A primeira delas é o recolhimento, que consiste em retirar o fluido de um equipamento de refrigeração ou ar condicionado e armazená-lo em um recipiente provisório para que não vaze.

Em se tratando de quantidades reduzidas de fluido, aquelas que a gente retira, por exemplo, de refrigeradores domésticos, ar condicionado de janela e pequenos splits, pode-se aplicar o chamado recolhimento passivo, isto é, aproveitando a diferença de pressão entre o aparelho e o equipamento de armazenagem do fluido, que pode ser uma bolsa recolhedora ou um cilindro de vácuo.

Mas quando o assunto são grandes quantidades de carga entra em cena o recolhimento ativo, que requer a utilização de equipamento externo para forçar a sucção do fluido refrigerante no interior do aparelho e comprimir o gás em um cilindro pressurizado.

A reciclagem, por sua vez, é feita por estações de tratamento móveis que recolhem, reciclam e dão carga no sistema por meio de um único equipamento.

Em função dos danos causados à camada de ozônio, HCFCs estão sendo banidos

Na prática, significa retirar impurezas do fluido contaminado, de tal forma que ele possa ser reutilizado com segurança no aparelho de origem ou em qualquer equipamento similar. Neste processo, o fluido é destilado e filtrado, com a eliminação de partículas, óleo, umidade e gases não condensáveis.

Já a regeneração é feita apenas em centrais credenciadas pelo plano nacional de eliminação de gases que afetam a camada ozônio, pois este é o processo mais elaborado do tratamento de fluidos refrigerantes contaminados, resultando num grau de pureza igual ao da substância virgem.

Isto acontece porque o fluido tem suas partículas filtradas, com a retirada da umidade e acidez, separação de gases não condensáveis e óleo. O resultado de todo esse processo, que sempre precisa ser testado em laboratório, é um nível de pureza de 99,8%.

Bem, agora que você também se reciclou, mãos à obra para ajudar na preservação do nosso planeta.

Fugas de refrigerantes: saiba como detectar

A maior parte das substâncias que agravam o efeito estufa ou agridem a camada de ozônio chega à atmosfera por causa de vazamentos nos sistemas de refrigeração.

O pior é que 95% das prestadoras de serviço da área não seguem nenhum procedimento padronizado de manutenção preventiva no campo dos refrigeradores.

Para se ter uma ideia da gravidade do assunto, os vazamentos de fluidos refrigerantes representam 45% das emissões de CO2 de uma das maiores redes de supermercados do País.

A taxa média anual de vazamentos de fluidos frigoríficos no varejo brasileiro, porém, chega a 102% ao ano.

Por tudo isso eu escolhi este assunto para o nosso bate-papo de hoje.

Certamente, você já conhece vários métodos para detectar vazamentos. Os mais comuns são tochas de haleto, solução de bolhas, detector de vazamento ultrassônico, detector de vazamento eletrônico portátil de mão e contraste fluorescente.

Pois é justamente desta última modalidade que eu vou falar.

Basicamente, a gente injeta uma substância no sistema e depois, com uma lâmpada ultravioleta (UV), verifica todos os pontos suspeitos. Onde houver vazamento a ser eliminado, aparece um brilho característico.

As vantagens desse sistema incluem permitir encontrar as fontes exatas de vários vazamentos – inclusive os intermitentes –, busca segura até mesmo perto de peças móveis e rapidez na detecção.

Mas é importante se certificar da qualidade do contraste fluorescente utilizado. Primeiro, veja se ele foi aprovado pelo fabricante do equipamento, pois assim não há risco de perder a garantia.

Se ele for concentrado, melhor, pois isto diminui a quantidade de produto necessária.

Por fim, veja se o líquido é livre de co-solventes, pois assim diminui bastante a possibilidade de problemas de compatibilidade.

Já o contraste à base de solvente pode prejudicar as propriedades do lubrificante, ocasionando menores viscosidade e lubricidade.

Há ainda as cápsulas de contraste injetadas em dose única no refrigerante, com diferentes tamanhos e concentrações, de acordo com a capacidade do sistema.

Os microvazamentos, por sua vez, requerem procedimentos especiais. Neles podem ser aplicados os chamados tapa fugas, que formam uma crosta nos pontos dos sistemas onde houver uma queda significativa de pressão e temperatura.

Os diferenciais dessa tecnologia incluem a proteção contra vazamentos futuros e a possibilidade de ser usado até mesmo com o sistema funcionando.

Agora que você reciclou seus conhecimentos na área de detecção e combate a vazamentos, mãos à obra, pois seu cliente e o meio ambiente merecem essa atenção.