Lubrificação correta, sempre uma boa prática

Com tantos fluidos refrigerantes que hoje existem por aí, a gente às vezes fica na dúvida sobre o lubrificante certo a ser colocado em cada sistema.

Dar mancada nessa parte do serviço pode causar danos graves ao compressor, por causa da formação de ácidos, corrosão, lubrificação insuficiente e carbonização do óleo, por exemplo.

Na tabela a seguir, preparada pelos nossos amigos da Embraco, você confere a compatibilidade que existe entre diferentes tipos de refrigerantes e óleos:

* HFCs utilizados para a substituição de HCFCs em retrofits operam melhor com o poliol éster (POE), mas foram projetados para uso também com óleos minerais e alquilbenzeno

Escolhido o lubrificante ideal – o que não depende da marca, mas sim a especificação necessária – chega a hora de observar dois aspectos igualmente importantes neste campo: a viscosidade e a carga correta.

Com relação ao primeiro aspecto, quanto mais viscoso e espesso for o óleo, maior lubrificação ele proporciona, sobretudo nas partes onde há folga, mas acaba, em contrapartida, acarretando um consumo igualmente superior de energia elétrica.

Por isso, a tendência dos compressores é trabalhar de forma eficiente com os lubrificantes menos viscosos, visando justamente a economia nos sistemas de HVAC-R.

Já no tocante à quantidade ideal de óleo a colocar, não se deve completar a carga de um compressor novo, pois cada modelo sai de fábrica com o volume exato de lubrificante necessário.

No caso das manutenções preventivas e corretivas, a carga jamais pode ser acima ou abaixo do especificado, para evitar gasto adicional de energia e desgaste de peças.

Finalmente, na hora de trocar o compressor, é muito importante fazer uma limpeza completa do sistema para evitar a mistura do óleo novo com o antigo.

Muito bem, observando esses cuidados todos, é muito difícil que lubrificação venha a ser a causa de quebras e paralisações em suas obras.

Quando usar lubrificantes sintéticos?

Depois de anos e anos aplicando os óleos minerais nos sistemas do refrigerador e ar-condicionado, é normal que alguns dos nossos colegas refrigeristas ainda tenham um certo receio de adotar a nova geração de lubrificantes.

Além disso, nem sempre o compressor do sistema permite a troca do óleo mineral para o sintético, sendo fundamental seguir a recomendação do fabricante para não perder a garantia, nem ter um desgaste excessivo de componentes.

Outro fiel da balança nessa escolha tão importante é a viscosidade do óleo, já que os padrões de trabalho de um compressor podem exigir mais ou menos atrito, dependendo do modelo.

Agora, quando todos os fatores são favoráveis ao uso do sintético, especialistas no assunto apontam uma série de vantagens nessa troca, incluindo menor custo de manutenção, maior vida útil do compressor, eficiência energética ampliada, melhor performance e maiores miscibilidade e solubilidade.

Primeiramente, vale lembrar que existem hoje no mercado quatro famílias principais de óleos com base sintética: alquilbenzeno (AB), polialquileno glicol (PAG), polialfaolefina (PAO) e poliol éster (POE).

Qual deles usar é uma decisão que depende do modelo de compressor e do fluido refrigerante utilizado no sistema.

O AB, por exemplo, aplica-se muito bem em instalações com clorofluorcarbonos (CFCs); hidroclorofluorcabonos (HCFCs); amônia R-717) e hidrocarbonetos (HCs). Seus benefícios compreendem altos índices de miscibilidade e estabilidade térmica; baixa formação de espuma e melhores oxibilidade e oxidação, assim como baixo ponto de floculação e melhor retorno de óleo.

O POE, por sua vez, é indicado para equipamentos que utilizam hidrofluorcarbonos (HFCs) como o R134a e o dióxido de carbono (R-744). A exemplo dos demais sintéticos, ele é química e termicamente estável, proporciona desempenho operacional mais limpo e proteção superior contra desgaste entre as superfícies de contato, o que prolonga a vida útil e a eficiência do sistema.

Já o PAG tem como destaque a alta miscibilidade com o R-134a, podendo também ser usado com o R-744. Em ambos os casos, apresenta lubricidade superior quando comparado a outros sintéticos e aos óleos minerais de uma forma geral, resultando em redução dos períodos de inatividade e custos de manutenção.

Pois bem, prometo ficar de olho nesse assunto e trazer pra vocês mais novidades da área, assim que a indústria de lubrificantes apresentar mais lançamentos.

Óleo sintético, quando usar?

Você já deve ter feito essa pergunta na hora de abastecer um sistema com lubrificante.

Na verdade, todos nós estamos acostumados com os óleos minerais, mas há diversos casos em que é possível e vale a pena utilizar os sintéticos.

As primeiras duas coisas a analisar são o modelo do compressor e o fluido refrigerante utilizado. Essas variáveis vão apontar qual dos quatro tipos de lubrificantes de base sintética disponíveis no mercado poderá ser aplicado: alquilbenzeno (AB), polialquileno glicol (PAG), polialfaolefina (PAO) ou poliol éster (POE).

As vantagens que os fabricantes da área apontam em comparação aos lubrificantes minerais incluem menor custo de manutenção, aumento da vida útil do compressor, eficiência energética, melhor performance e maiores miscibilidade e solubilidade.

Além disso, eles são química e termicamente estáveis, o que permite desempenho operacional mais limpo e proteção contra desgaste entre as superfícies de contato, prolongando a vida e a eficiência do sistema.

Também vale lembrar que os lubrificantes sintéticos, de uma forma geral, são miscíveis em todas as faixas de temperatura dos sistemas frigoríficos comerciais e industriais.

Opções

O POE é um exemplo típico de óleo sintético que pode ser aplicado em sistemas com fluidos refrigerantes atuais, caso dos hidrofluorcarbonos (HFCs) como o R-134a e do dióxido de carbono (R-744).

Outro composto do gênero bastante utilizado é o AB, aplicado em compressores de refrigeração, bombas de calor e aparelhos de ar-condicionado com os clorofluorcarbonos (CFCs), hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), amônia (R-717) e hidrocarbonetos (HCs).

O AB tem ainda altos índices de miscibilidade e estabilidade térmica, baixa formação de espuma e as melhores oxibilidade e oxidação. Além disso, facilita o retorno do óleo, com baixo ponto de floculação.

Já o PAG promete alta miscibilidade com o R-134a, podendo ser usado também com o R-744. Sua lubricidade supera a das tecnologias sintéticas alternativas e dos óleos minerais. O índice de viscosidade e a estabilidade química, térmica e hidrolítica do PAG reduz o tempo de inatividade e os custos de manutenção.

Bem, estas são algumas dicas, mas lembre-se de consultar sempre o manual ou diretamente o fabricante do compressor quando tiver dúvidas nesta área tão importante para o bom funcionamento de uma instalação.