Carga de refrigerante, uma operação delicada

Nossa última postagem sobre carga de fluido refrigerante recebeu mensagens de vários colegas lembrando erros graves que devem ser evitados nesta área. Por exemplo, reaproveitar o gás restante no sistema, deixar de verificar fugas, usar fluidos de má procedência e fazer vácuo sem vacuômetro ou usando uma bomba sem manutenção.

Pois bem, vamos relembrar hoje as boas práticas desse momento crítico de uma instalação, quando o compressor será ligado pela primeira vez, ou então voltará a funcionar, após uma manutenção.

A primeira coisa a pensar é na sua própria integridade ao realizar este trabalho, o que só pode ser garantido com o uso dos devidos equipamentos de proteção individual (EPIs), isto é, óculos de segurança e luvas.

Vamos agora separar as ferramentas apropriadas para essa operação: manifold, conjunto de mangueiras, chave de serviço, chave inglesa e balança.

Observados esses pontos fundamentais, chega a hora de verificar se o sistema se encontra em vácuo, ou seja, sem qualquer vestígio de umidade.

Para começar o serviço, o manifold deve ser conectado nos diferentes pontos do sistema (baixa pressão, alta pressão e recipiente de fluido), com a mangueira de abastecimento permitindo a passagem de refrigerante líquido pela linha de alta pressão.

A carga deve ser feita até que o sistema não admita mais fluido, respeitando sempre a quantidade estabelecida pelo fabricante, quando esse dado for conhecido.

Caso seja preciso introduzir mais refrigerante, uma vez ligado o sistema de refrigeração e verificado o seu funcionamento, isto deve ser feito pela linha de sucção até o completo abastecimento, igualmente observando os parâmetros de fábrica.

Finalmente, como saber se a carga de refrigerante está correta? Bem, os sinais clássicos disto são o visor de refrigerante cheio e com fluxo constante; a pressão de descarga dentro de valores padrões para a temperatura ambiente; a corrente do compressor com valores coerentes aos informados pelo fabricante e o sub-resfriamento do sistema acusando entre 3 e 8 °K.

Carga de fluido refrigerante: saiba como fazê-la corretamente

Carregar o sistema de refrigeração é uma das rotinas mais frequentes do nosso trabalho e também de grande responsabilidade, principalmente quando a gente pensa nos danos causados pela liberação na atmosfera de substâncias nocivas ao clima do planeta.

Um bom serviço neste campo começa sempre pela verificação das mangueiras, que não devem conter gases incondensáveis ou outro fluido frigorífico, sendo recomendável a evacuação nesses casos.

Depois chega a hora de adicionar o fluido ao sistema, o que pode ser feito de duas maneiras: em estado líquido no tanque ou linha de líquido, após o sistema ter sido evacuado e antes de ser ligado, ou em estado de vapor na linha de sucção, com o sistema funcionando e a carga sendo completada.

Todos os blends, como os fluidos da família R-400, devem ser carregados na forma líquida, para que a proporção depositada no sistema esteja correta. Na forma gasosa, a substância tem peso diferente e acaba saindo desbalanceada.

Outro cuidado essencial é definir a quantidade correta de fluido frigorífico a adicionar, seguindo para isso critérios como o peso ou volume, quando a carga necessária é conhecida; além da análise do visor de líquido, de acordo com a pressão do sistema.

Em qualquer dessas hipóteses, o ideal é ter acesso à folha de dados do equipamento, na qual se encontram os parâmetros de operação, que deverão ser comparados com os valores reais de funcionamento.

Bem, agora que já carregamos nosso sistema, as mangueiras devem ser removidas com uma perda mínima de fluido frigorífico, com a quantidade residual, sempre em estado de vapor, sendo enviada para as linhas de sucção.

Para finalizar a tarefa, lembre-se de colocar uma etiqueta no refrigerador ou freezer,  informando o nome da empresa responsável pelo serviço, tipo, quantidade de fluido utilizado e realize teste de vazamento nas conexões por onde o sistema foi carregado.