Placas eletrônicas (interface e potência): tudo o que você precisa saber

O touch screen do refrigerador não reconhece mais o toque? A lavadora parou de funcionar? Quem trabalha no ramo sabe que existem grandes chances de o problema estar localizado nas placas de interface ou potência. Ainda assim, pode ser difícil realizar a substituição da peça danificada. Isso porque há uma série de modelos e códigos específicos utilizada pelos fabricantes. Portanto, cabe ao profissional conhecer os detalhes das mais diferentes marcas.

É por isso que tivemos a ideia de desvendar o funcionamento desses componentes. Você confere, a seguir, a importância das placas eletrônicas para o funcionamento de máquinas de lavar roupas e equipamentos de refrigeração.

Função da placa de interface 

Pense na placa de interface como uma mensageira. Ela recebe os comandos selecionados pelo usuário no painel do aparelho. Em seguida, encaminha as informações aos demais componentes do sistema. É como se fosse a parte pensante da lavadora ou do refrigerador.

Sua principal função é acomodar o software de programação do equipamento. Afinal, a interface “decide” o tipo de lavagem (pesada, normal, delicada, rápida etc.). No caso dos refrigeradores, é ela quem seleciona, por exemplo, as opções de freeze control.

A placa possibilita que as outras peças da máquina trabalhem em sincronia. Além disso, acomoda todos os botões de funcionamento do aparelho — eletromecânicos e touch screen.

Como identificar defeitos na placa de interface 

Quando a bomba d’água, a válvula de entrada ou o pressostato de uma máquina de lavar estão desregulados, a interface corre o risco de sofrer um curto-circuito. Isso acontece principalmente quando os níveis de água estão acima do limite. Em casos assim, é comum ocorrer a queima dos componentes eletrônicos da placa.

Localizada na parte superior da lavadora ou no display de refrigeradores de última geração, a placa de interface só deve ser trocada caso algum componente dela apresente defeito. Na maioria das vezes, são botões eletromecânicos gastos.

Vale lembrar que todos esses controladores têm uma vida útil. Estragou? É um indicativo de que os outros podem estar próximos de estragar. Por isso, recomenda-se a substituição da peça danificada por inteiro. A economia pode ser tentadora, mas consertos parciais não valem a pena — nem do ponto de vista do técnico, nem do cliente.

Utilize sempre peças originais 

A utilização de componentes originais ajuda a evitar dores de cabeça. As placas eletrônicas originais contam com a vantagem de se adaptar a vários produtos. Além disso, são estruturadas com componentes aprovados, que conferem uma durabilidade maior, e possuem uma camada protetora contra problemas como corrosão e oxidação. Isso garante ao consumidor uma menor taxa de consumo de energia elétrica, e uma funcionalidade dos ciclos de lavagem dentro dos padrões do fabricante.

Para que serve a placa de potência

Tanto a lavadora quanto o refrigerador são formados por inúmeros componentes. A placa de potência funciona como o coração do produto. Afinal, ela suporta a descarga energética gerada — uma vez que os módulos de potência estão diretamente associados à peça. 

Localizada perto do motor compressor de aparelhos de refrigeração, a placa de potência é a parte que mais sofre danos, já que é submetida a potências elevadas. Quando a peça está queimada ou apresenta danos que impedem o pleno exercício das suas funções, o funcionamento da máquina é interrompido.

A potência também recebe o comando da interface para ligar e desligar peças. Funciona mais ou menos assim: a interface manda, e a potência obedece.

Como saber quando o problema é a placa de potência

Não costuma ser difícil identificar problemas na placa de potência. Quando a máquina permanece com as luzes desligadas, as chances de haver irregularidade são altas. Normalmente, a queima da peça acontece quando há uma queda brusca de energia.

Imagine que você já tirou a lavadora da tomada, abriu a lavadora e retirou os conectores da placa de potência. Existe a possibilidade de você deparar com capacitores ligeiramente estufados. Quando eles estufam, tem-se a certeza de que o problema também envolve o LNK. Esses capacitores perdem a capacidade elétrica pelo tempo de uso. Com isso, provocam um defeito no LNK. Nesse caso, é preciso realizar a substituição dos capacitores, bem como do LNK.

Alguns dos problemas que podem prejudicar a saúde das placas eletrônicas:

  • Variações na rede elétrica
  • Vazamento de água sobre a placa
  • Excesso de sabão
  • Curto-circuito no chicote ou componentes da máquina
  • Chicote de fios interrompido
  • Ligação incorreta dos fios e conectores
  • Ação de roedores e insetos
  • Ambiente com umidade do ar excessiva ou maresia
  • Carga de roupa acima da capacidade da lavadora

Como encontrar o modelo e código comercial da lavadora 

O modelo, código comercial e PNC (no caso de lavadoras Electrolux) são como nome, RG e CPF do produto. As informações são fundamentais para descobrir se a peça adquirida serve em determinada lavadora.

  • Você deve localizar a etiqueta de identificação da máquina de lavar. Normalmente, a etiqueta se encontra na parte traseira do equipamento. 
  • Identifique modelo, código comercial e PNC. É comum o código comercial começar com zero. O PNC lembra um número de telefone. É comum começar com 9. 

Agora que você sabe como identificar as especificações da lavadora, confirme se a peça de reposição serve no aparelho do seu cliente. Se você tiver em mãos o modelo, código comercial e PNC, é importante compartilhar essas informações com o vendedor da peça. Qualquer dúvida, entre em contato com a equipe comercial da Frigelar. Estamos à disposição para ajudá-lo a encontrar a melhor solução para o seu negócio.

Etiqueta de identificação do produto

Qual é a vida útil de um sistema de refrigeração?

Quando devemos indicar a um cliente que repare uma instalação antiga ou a substitua por uma nova? Dar a melhor orientação num momento assim requer de nós, refrigeristas, uma análise cuidadosa, que quase sempre resulta em decisão crucial.

O dilema ocorre porque, ao mesmo tempo em que avanços na tecnologia têm estendido o ciclo de vida de praticamente todos os produtos industriais, surge a necessidade de trocar os equipamentos com maior frequência, a fim de tirar proveito das opções mais eficientes lançadas no mercado.

À medida que a eficiência aumenta, os custos operacionais diminuem e os usuários percebem a vantagem de investir em novos sistemas de refrigeração e climatização, em vez de restaurar os antigos.

Contudo, isso não significa que se deva aposentar prematuramente uma instalação com muito tempo de bons serviços pela frente, seja climatizando o ambiente ou mantendo produtos perecíveis na temperatura correta.

Na verdade, existem vários aspectos envolvidos na previsão de quanto tempo um sistema deva durar, dentre eles as horas de funcionamento por dia, proximidade com contaminantes corrosivos, condições em que o equipamento é mantido e se foram feitos grandes reparos ou atualizações. Considerando a combinação de todos esses fatores, geralmente há uma expectativa de vida entre 10 e 30 anos, sendo 20 anos a média.

Também deve ser levado em conta o tipo de equipamento em questão. Por exemplo, os sistemas de ar-condicionado possuem partes expostas a sol e chuva, o que reduz sua expectativa de vida para 15 anos.

Da mesma forma, o comportamento do usuário tem participação decisiva na vida útil dos sistemas frigoríficos. É o caso, por exemplo, daqueles clientes que abrem com frequência exagerada a porta de uma unidade de refrigeração, provocando problemas recorrentes com o termostato.

Há ainda questões ambientais, como a maresia nas regiões litorâneas, ou a quantidade de compostos orgânicos voláteis (COV) introduzidos no ar interno por ambientadores, produtos de higiene pessoal e limpeza, dentre outros.

Seja qual for o caso, nem sempre o usuário aceita que o seu equipamento chegou ao momento da aposentadoria.

Uma pesquisa sobre o assunto mostra que consumidores de diferentes faixas etárias se comportam de maneira distinta nesta hora. Pessoas acima de 45 anos, por exemplo, tendem a achar que as coisas devam durar entre 15 e 20 anos, enquanto os abaixo de 35, que estão acostumados a comprar com maior frequência, consideram a idade limite entre 12 e 15.

Uma coisa é certa: a devida manutenção periódica sempre pode aumentar a vida útil de um equipamento, e quando você e seu cliente discordarem quanto ao momento de sua substituição, nada melhor que consultar o manual do fabricante ou entrar em contato diretamente com ele para tirar qualquer dúvida a este respeito.